O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fez declarações polêmicas nesta segunda-feira, 25, ao afirmar que a “única saída” para evitar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) passa pela intervenção do presidente americano, Donald Trump. Durante um evento em São Paulo, Costa Neto não detalhou sua proposta, embora tenha feito referências ao impacto econômico de suas ações e à aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
A declaração e suas implicações
Valdemar Costa Neto afirmou: “O Trump é a única saída que nós temos. Não temos outra. Quando o poder judiciário se comporta dessa maneira, é a pior coisa que existe para todo o país, porque você não tem para quem recorrer”. Essas palavras refletem a preocupação do dirigente em relação ao atual cenário político e judicial do Brasil, onde ele acredita que o apoio internacional é crucial para lidar com questões internas complicadas.
Eduardo Bolsonaro e suas ações independentes
Durante o evento, o presidente do PL também fez comentários sobre o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que é filho do ex-presidente. Segundo Valdemar, Eduardo está “fazendo a parte dele em defender o pai”, embora suas ações ocorram independentemente do PL. “Ele faz todas as coisas por conta própria”, afirmou Costa Neto, ressaltando que não vê problema nessa postura, pois “está ajudando”.
Reflexões sobre a aliança eleitoral para 2026
Embora tenha sido questionado sobre possíveis alianças eleitorais em 2026, Valdemar evitou se comprometer com os líderes de outros partidos presentes no painel. Estes incluíam figuras como Antônio Rueda (União Brasil), Baleia Rossi (MDB), Gilberto Kassab (PSD) e Renata Abreu (Podemos). Ele acredita que Jair Bolsonaro ainda pode ter uma candidatura viável, mesmo diante de sua inelegibilidade até 2030 e do iminente julgamento no STF.
A esperança permanece
“Não podemos perder essa esperança. Temos ministros (do STF) que podem pedir vista, o que seriam mais 90 dias de julgamento. Temos oportunidade para que isso mude,” disse Valdemar, reforçando sua crença de que há maneiras de contornar a situação adversa. Ele ainda destacou que “quem comanda esse processo é o presidente Jair Bolsonaro, porque foi ele quem construiu essa base da direita e agora do centro”.
Críticas ao governo atual e possíveis candidaturas futuras
Atualmente, partidos como MDB, PSD e União Brasil têm papéis significativos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e há discussões sobre fazer com que estas siglas se juntem no pleito do próximo ano. Vale observar que Kassab e Rueda têm criticado frequentemente o governo federal e estão se aproximando de governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Baleia, que tem uma postura mais discreta.
O futuro das alianças políticas
Kassab indicou que há intenções de lançar uma candidatura própria, possivelmente com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, ou do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. No entanto, a candidatura de Tarcísio pode fazer com que o PSD reflita sobre a formação de uma aliança com o Republicanos. Rueda defendeu o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, enquanto Baleia anunciou que a decisão sobre candidaturas será alvo de discussões no início de 2026.
Trocando de posição em relação a Trump
Após o evento, em conversa com jornalistas, Valdemar recuou em sua declaração inicial e deixou claro que não havia vinculado diretamente Trump ao julgamento de Bolsonaro no STF. Em vez disso, mencionou as possibilidades de Trump ser um candidato à presidência em 2026. Afirmou que o presidente americano “não vai parar” e que a solução pode vir através de negociações, mas novamente não especificou como isso se daria.
As declarações de Valdemar Costa Neto geram reações diversas na esfera política e levantam um debate sobre a relação do Brasil com os Estados Unidos e o impacto das intervenções estrangeiras na política interna. O desdobramento desse cenário ainda pode trazer novas surpresas e tensões ao já conturbado ambiente político brasileiro nos próximos anos.