Os médicos cooperados da Unimed Rio continuam sem receber os honorários de abril, mesmo já tendo recebido um comunicado da cooperativa na última sexta-feira, agradecendo pela manutenção do atendimento aos pacientes. O texto não menciona o atraso nos pagamentos, mas reforça o compromisso com o diálogo e a qualidade do serviço no Rio de Janeiro. Segundo Nilcéa Neder Cardoso, cooperada desde 2002 e representante do grupo União e Reconstrução, os médicos não têm informações sobre o pagamento nem acesso à Unimed Ferj, responsável pelo repasse dos valores.
Cenário de incerteza e dificuldades financeiras
Nilcéa relata que apesar de continuarem atendendo, os profissionais enfrentam dívidas, dificuldades com funcionários e materiais, e muitos estão fechando seus consultórios. “Fizemos um calendário de pagamento que previa uma demora de dois meses entre a produção e o pagamento, mas essa previsão nem foi cumprida”, afirma.
Em 17 de julho, os médicos receberam nova comunicação da Unimed-Rio informando que não havia acordo fechado para o pagamento com a Unimed Ferj, reconhecendo o impacto na rotina dos cooperados, mas sem oferecer perspectivas de quitação dos débitos.
Segredos e impasses na gestão financeira
Questionada sobre o volume de pagamentos retidos e a previsão de quitação, a Unimed Ferj afirmou não se pronunciar. Desde setembro de 2023, a transferência de clientes da Unimed-Rio para a Ferj foi autorizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com a expectativa de que essa mudança regularizasse a situação financeira da cooperativa.
Porém, dois anos após a transferência, a promessa não se concretizou, afetando o atendimento aos usuários. Alguns médicos e hospitais deixam de aceitar pacientes da Unimed Ferj, alegando falta de pagamento ou de agenda, o que reflete a instabilidade do setor.
Impacto na quantidade de beneficiários
Desde a migração total da carteira da Unimed-Rio para a Ferj, finalizada em maio de 2024, houve queda de 17% no número de beneficiários, o que representa cerca de 85,8 mil pessoas que deixaram o plano de saúde, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Uma reportagem de Letícia Lopes, publicada no Globo em 5 de agosto, detalha esse cenário de crise.
Perspectivas futuras e desafios
Especialistas apontam que a situação ainda é bastante desafiadora, com impacto direto na qualidade do atendimento e na fidelidade dos clientes. O impasse entre as cooperativas revela a complexidade de uma mudança que, até agora, não conseguiu sanar as dívidas nem garantir estabilidade financeira para os médicos e beneficiários.
Mais detalhes sobre esse problema podem ser conferidos na reportagem completa no GLOBO.