Brasil, 25 de agosto de 2025
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Pesquisa revela motivações da participação de Bolsonaro em ato

Um levantamento Genial/Quaest mostrou que 57% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro quis provocar Alexandre de Moraes em sua participação no ato.

No último dia 3 de agosto, o ex-presidente Jair Bolsonaro participou de uma chamada de vídeo durante manifestações que tomaram conta do Brasil. O episódio gerou discussões sobre suas intenções e o desrespeito às restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Uma pesquisa recente da Genial/Quaest buscou entender como a população percebeu essa participação e, para a maioria, a intenção do ex-presidente foi provocativa.

A opinião pública sobre a participação de Bolsonaro

Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados afirmaram que Bolsonaro queria provocar o ministro Alexandre de Moraes durante a videoconferência. Essa percepção é mais forte na região Nordeste, onde 60% dos entrevistados concordam com essa afirmação. O ministro Moraes é uma figura central nos processos que envolvem determinadas medidas cautelares contra o ex-presidente, incluindo a prisão domiciliar que foi imposta após o descumprimento de regras determinadas pelo STF.

Além disso, a pesquisa mostrou que 30% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro não entendeu as regras impostas e cometeu um erro ao participar do ato, enquanto 13% não souberam ou não quiseram opinar. Esses dados refletem um forte sentimento polarizado em relação à figura política do ex-presidente.

Contexto da prisão domiciliar

O ex-presidente Jair Bolsonaro se encontra em prisão domiciliar, em virtude de descumprimento de medidas cautelares. Ele foi proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas, de se aproximar de embaixadas e de utilizar redes sociais. Apesar disso, no dia 3 de agosto, ele participou de manifestações contra a corte, um ato que foi interpretado por muitos como uma afronta ao STF.

A participação de Bolsonaro na chamada de vídeo não apenas levantou questões sobre a sua intenção, mas também trouxe à tona o debate sobre a legitimidade das medidas restritivas aplicadas pelo STF. De acordo com a pesquisa, 55% dos ouvintes consideram a decisão do STF de manter Bolsonaro em prisão domiciliar justa, com o Nordeste mostrando o maior apoio a essa ideia (65%).

Características demográficas dos entrevistados

A percepção sobre as intenções de Bolsonaro parece variar conforme a demografia. Entre os eleitores de Lula no segundo turno de 2022, 78% acreditam que o ex-presidente quis provocar Moraes, enquanto 26% dos que votaram em Bolsonaro veem a mesma intenção. Curiosamente, 62% dos entrevistados sem uma afiliação política clara também apontam que Bolsonaro agiu propositadamente.

A pesquisa da Quaest foi realizada entre 13 e 17 de agosto e ouviu 2.004 pessoas, com uma margem de erro de dois pontos percentuais e um nível de confiança de 95%. A faixa etária mais jovem (16 a 34 anos) é a que apresenta o maior percentual de pessoas que acreditam na provocação intencional, com 59%, enquanto a faixa de 35 a 59 anos e os idosos também apresentaram números altos, com 55% e 57%, respectivamente.

A polarização e as reações à participação de Bolsonaro

Essa divisão de opiniões também se reflete nas respostas sobre a suposta participação de Bolsonaro em um plano de tentativa de golpe. A pesquisa revelou que 52% acreditam que ele poderia estar envolvido, um aumento significativo em comparação com dados de março deste ano.

Entre os bolsonaristas, 87% consideram a prisão domiciliar injusta. Isso mostra a força da polarização política no Brasil, onde a percepção sobre a justiça ou injustiça de atos e decisões se divide não apenas entre esquerda e direita, mas também entre diferentes demografias e regiões do país.

Considerações finais

Os resultados deste levantamento destacam a complexidade da situação política atual e a polarização entre a população brasileira. Enquanto muitos veem a ação de Bolsonaro como uma provocação intencional, há um número significativo que acredita que ele apenas cometeu um erro. A análise detalhada ainda revela que as percepções são fortemente influenciadas por fatores demográficos, ilustrando um cenário político conturbado e em constante transformação.

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