O ministro da Agricultura afirmou nesta quarta-feira (25) que o Brasil não terá condições de pagar preços de exportação, que são fixados em dólar e considerados adequados para o produtor. Ele destacou que o governo seguirá adquirindo alimentos pelos valores já estabelecidos nos programas atuais, reforçando que, se necessário, as tabelas serão ajustadas para incluir novos produtos.
Manutenção de preços e itens considerados estratégicos
Segundo o ministro, as compras do governo serão feitas com base nos preços já considerados justos nos programas existentes. “Vamos comprar pelos preços que estão dentro desses programas, que são bons. Se precisar, ajustaremos as tabelas para incorporar novos produtos”, afirmou em conversa com jornalistas. Ele também salientou que dois dos principais itens da pauta exportadora brasileira — carne bovina e café — não foram incluídos na lista inicial de compras, devido à forte demanda internacional e à natureza não perecível desses alimentos.
Razões da exclusão de carne e café
O ministro explicou que a carne bovina e o café não fazem parte do pacote de compras porque ambos possuem mercado global em expansão. “Acreditamos que, em algum momento, os Estados Unidos irão fazer alguma exceção, mas por enquanto esses produtos permanecem fora da lista devido à demanda elevada”, declarou. Ainda assim, ele ressaltou que produtores desses setores continuam pressionando o governo por negociações constantes e monitoramento da situação.
Compra de alimentos e apoio à segurança alimentar
De acordo com a Portaria Interministerial nº 12, o governo autorizou a aquisição de alimentos como açaí, água de coco, castanha de caju, castanha-do-brazil, mel, manga, pescados e uva. Esses produtos irão abastecer escolas públicas e auxiliar na formação de estoques de segurança alimentar. “O objetivo é proteger o abastecimento e garantir alimentos de qualidade, mesmo diante da situação de tarifão”, explicou o ministro.
Ações de suporte às empresas afetadas
Para as empresas que perderam faturamento devido ao tarifão, foi criada uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com prioridade para quem registra perdas superiores a 5%. Para participar, as empresas devem apresentar uma Declaração de Perda (DP), enquanto produtores indiretos precisam fornecer uma Autodeclaração de Perda (AP). Segundo a MP 1.309/2025, essa medida temporária poderá ser prorrogada ou transformada em lei, garantindo um mecanismo de apoio permanente.
Diplomacia e diversificação de mercados
O governo aposta na diversificação de parceiros comerciais, buscando reduzir a dependência dos Estados Unidos. Uma missão ao México, liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, acontecerá nos dias 27 e 28 de agosto para ampliar acordos comerciais neste setor. Segundo Teixeira, a visita visa fortalecer a presença brasileira no mercado mexicano, que é um importante destino para a carne bovina e outros produtos agrícolas.
Perspectivas futuras e negociações internacionais
O impacto dessa estratégia será avaliado ao longo dos próximos meses. “Ainda há negociações em andamento, e o Brasil continuará monitorando a situação para garantir melhores condições de exportação”, afirmou o ministro. De acordo com analistas, embora o pacote ajude os exportadores, não há uma solução instantânea, sendo necessária uma abordagem consolidada de diversificação e negociação contínua com mercados internacionais.
Para mais detalhes, acesse o artigo completo.