Brasil, 25 de agosto de 2025
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Jimmy Lai, símbolo de resistência pró-democracia na Hong Kong

Empresário e ativista católico, Lai enfrenta prisão sob leis de segurança nacional enquanto luta por liberdade e direitos civis

Jimmy Lai Chee-ying, fundador de um dos maiores conglomerados de mídia de Hong Kong, permanece detido desde 2020 por suspeitas relacionadas à Lei de Segurança Nacional chinesa, um marco que criminaliza a dissidência na região. Lai, nascido em Guangzhou em 1947, construiu seu império a partir de uma trajetória de perseverança e defesa da liberdade de expressão, mesmo diante de repressões do regime chinês.

De imigrante a magnata da mídia pró-democracia

Após escapar da China com apenas 12 anos, Lai trabalhou em fábricas de roupas em Hong Kong e fundou a cadeia Giordano, que prosperou e financiou seu ambicioso projeto de mídia. Criou a Next Digital, com destaque para o tabloide Apple Daily, conhecido por sua postura pró-democracia e críticas ao Partido Comunista Chinês (PCC), além de expressar apoio às manifestações e à liberdade de imprensa na região.

Segundo a revista Forbes, Lai era considerado um bilionário, com patrimônio avaliado em cerca de US$ 1,2 bilhão, até ser alvo de intensas repressions por sua defesa firme dos direitos civis e seus posicionamentos políticos. Sua história de superação e ativismo o consolidou como símbolo da resistência civil na Hong Kong contemporânea.

Convicção de fé e resistência à repressão

Após sua conversão ao catolicismo em 1997, Lai reforçou sua fé ao enfrentar as prisões e os obstáculos impostos pelo governo chinês. Em suas declarações, afirmou que permanecer na Hong Kong era uma questão de fidelidade à sua missão, a Deus e aos seus princípios. “Se eu sair, entrego meu destino, minha religião e minha crença”, declarou ao decidir permanecer na cidade durante os processos judiciais.

Desde sua primeira prisão, em 2020, Lai acumulou diversas condenações por causa de protestos e atividades relacionadas à Lei de Segurança Nacional, que limita as liberdades civis sob o argumento de combater o subversivismo promovido por suas ações e pela plataforma de mídia que mantém vivo o debate democrático na região.

O atual julgamento e o impacto internacional

O seu julgamento, iniciado em 2023 após diversas prorrogações e adiamentos, acarreta a prisão preventiva de Lai, que nega todas as acusações de conspirar com forças estrangeiras e publicar material sedicioso. Sua detenção precária e as condições que enfrenta, incluindo confinamento solitário e privação de sacramentos religiosos, têm mobilizado apoio internacional.

Organizações e líderes políticos globais, incluindo bispos católicos e o ex-presidente Donald Trump, têm pedido a libertação de Lai. A expectativa é que o resultado do processo influencie o futuro das liberdades civis em Hong Kong e que a pressão internacional possa contribuir para um desfecho favorável ao ativista.

Perspectivas e esperança de libertação

O tribunal mantém silêncio quanto à decisão final, enquanto Lai dedica seu tempo a orações e à leitura religiosa, criando desenhos de Cristo na cruz. Seu advogado prevê um veredicto culpado, sob uma legislação que, na prática, criminaliza a dissidência política.

O caso de Jimmy Lai continua sendo um símbolo de resistência e esperança para movimentos pró-democracia na China e no mundo. Sua luta, marcada pela fé e pela liberdade de expressão, inspira esforços de entidades internacionais para proteger os direitos civis na região.

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