Anselicinda Barros, de 63 anos, mais conhecida como Teté, é uma das muitas feirantes que fazem parte da rica tradição das feiras em Teresina, no Piauí. Com 40 anos de experiência no Mafuá, Teté carrega uma história que representa a resistência e a força do comércio local em uma época marcada pelo crescimento dos supermercados e centros comerciais.
A tradição da feira em Teresina
Historicamente, as feiras sempre foram uma parte fundamental da cultura brasileira. Em Teresina, a feira do Mafuá tem um papel especial, não apenas na economia local, mas também na vida social da comunidade. “A feira é mais do que um local de compra e venda; é um ponto de encontro onde as pessoas se conectam”, afirma Teté, que herdou a banca de sua tia e depois passou para sua irmã. Agora, ela continua o legado familiar, demonstrando como a tradição pode ser uma fonte vital de sustento.
Impacto econômico e social
A rotina de um feirante é intensa. De manhã bem cedo, Teté organiza sua banca, selecionando os melhores produtos para oferecer aos clientes. “Para quem sabe trabalhar, a feira é uma boa fonte de renda. Já consegui formar duas filhas, uma delas médica. Tudo com o dinheiro da feira”, compartilha Teté com orgulho. Esse testemunho é um forte exemplo de como o trabalho duro na feira pode transformar vidas e criar oportunidades, mesmo em tempos difíceis.
A competição com supermercados
Nos últimos anos, o cenário do comércio tem mudado drasticamente. Supermercados estão se tornando cada vez mais populares, oferecendo conveniência e preços competitivos. No entanto, feirantes como Teté acreditam que a chave para a sobrevivência do comércio de rua está na qualidade dos produtos e no atendimento personalizado. “Aqui, as pessoas sabem que estão comprando de quem conhece o que vende, e isso faz toda a diferença”, afirma.
Além de oferecer produtos frescos e de qualidade, a feira do Mafuá é um espaço onde o diálogo e o relacionamento entre feirantes e clientes são valorizados. “Temos uma relação de amizade com nossos clientes. Eles confiam em nós e vêm aqui não apenas para comprar, mas para conversar”, diz Teté, ressaltando a importância do aspecto humano no comércio.
Desafios e esperanças
Assim como muitos feirantes, Teté enfrenta desafios diários, especialmente a insegurança financeira e a concorrência agressiva dos supermercados. Apesar disso, sua paixão pelo trabalho e seu compromisso com a tradição da feira são inabaláveis. “Não é fácil, mas amo o que faço. Cada dia é uma nova oportunidade de aprender e crescer”, revela, transmitindo uma mensagem de esperança e perseverança.
A luta de Anselicinda Barros é, na verdade, a luta de muitos feirantes que se esforçam para manter suas tradições vivas, enfrentando um mundo em constante mudança. A história de Teté nos lembra da importância de apoiar o comércio local e valorizar aqueles que dedicam suas vidas a sustentar comunidades inteiras.
O futuro das feiras em Teresina
À medida que a cidade de Teresina continua a se desenvolver, a expectativa é que as feiras, como a do Mafuá, precisem se reinventar. No entanto, a essência do que elas representam — a cultura, a comunidade e a força do comércio local — nunca mudará. Feirantes como Teté são exemplos de como a força de vontade e o amor pelo que se faz podem superar qualquer desafio.
Para aqueles que desejam fazer parte dessa história e apoiar a economia local, uma visita à feira do Mafuá é um passo significativo. Compreender e valorizar nosso comércio local é uma forma de honrar aqueles que, como Teté, dedicam suas vidas a essa tradição que enriquece nossa cultura e fortalece nossas comunidades.