Brasil, 25 de agosto de 2025
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Donos da camisaria colombo são soltos após operação por fraude

A Justiça de SP determina a soltura dos irmãos Maluf, da Camisaria Colombo, investigados por fraude milionária e ocultação de bens.

A recente operação da Polícia Civil de São Paulo envolvendo os donos da Camisaria Colombo, Álvaro e Paulo Jabur Maluf, ganhou destaque na mídia ao resultar na prisão dos empresários por suspeitas de fraude milionária e ocultação de patrimônio. Na última quinta-feira (21), a Justiça paulista decidiu pela soltura dos dois irmãos, após o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, não solicitar a prorrogação das prisões temporárias. O caso, além de ter chocada a comunidade empresarial, levanta questões sobre a segurança no sistema bancário e a atuação de fraudes nessa área.

Contexto da operação

A operação, que contou com a participação de mais de 20 policiais da Divisão de Crimes Cibernéticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), resultou também na prisão de Bruno Gomes de Souza, representante da empresa BS Capital. O grupo criminoso, composto por pelo menos sete indivíduos, é acusado de furto mediante fraude e fraude contra credores, a partir da exploração de uma falha em um sistema de pagamentos, permitindo a criação de créditos falsos.

A operação, batizada de ‘Operação Fractal’, originou-se de uma denúncia formal realizada pela instituição financeira PagSeguro, que detectou a prática de um furto milionário por meio de fraudes tecnológicas. Durante as investigações, os policiais descobriram que o esquema visava dissimular bens e valores em processo de recuperação judicial da Camisaria Colombo, o que gerou prejuízos significativos para os credores.

Como o esquema funcionava?

De acordo com Paulo Barbosa, delegado divisionário do DCCIBE/Deic, o modo operante do grupo consistia em utilizar uma conta de meio de pagamento, contratada pelos proprietários da agência e gerida por uma empresa terceirizada responsável por pagamentos de franquias, fornecedores e funcionários. Ao identificar uma vulnerabilidade no sistema, o gestor conseguiu criar um “milagre da multiplicação”, permitindo a transferência de valores sem que houvesse a debitação nas contas de origem.

O delegado detalhou que, em um período de apenas 20 dias, foram realizadas mais de 2.500 transações que resultaram em um desvio total de R$ 21 milhões, enquanto o total das transações alcançou R$ 26 milhões. Desses recursos, aproximadamente R$ 9 milhões foram transferidos no período de 1º a 21 de outubro do ano anterior.

Repercussão e defesas dos acusados

A defesa dos irmãos Maluf se manifestou, afirmando que até o momento, não teve acesso integral aos autos do processo, o que impossibilita uma defesa aprofundada. O advogado de Álvaro, Victor Waquil Nasralla, declarou que todas as medidas legais estão sendo tomadas para assegurar que os direitos de defesa sejam respeitados. Por outro lado, a defesa de Paulo destacou que ele nega qualquer prática de fraude, afirmando que as operações contestadas foram devidamente explicadas em seu depoimento, e que ele nunca se negou a ressarcir terceiros em caso de prejuízo.

A situação ainda gera impasse, uma vez que a Justiça também autorizou o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão em endereços da capital paulista e do interior do estado, além de Brasília. O funcionário Mauricio Miwa, que é alvo de mandado de prisão temporária, encontra-se atualmente fora do país, o que complica ainda mais o desdobrar dessa investigação.

Incertezas em torno do futuro da camisaria

A Camisaria Colombo, fundada em 1917 e uma das maiores varejistas de moda masculina do Brasil, está sob os holofotes devido a este infortúnio. Com lojas em shoppings e centros comerciais, a marca, que vende ternos, camisas e acessórios, terá que enfrentar uma série de desafios em meio ao escândalo. A administração da empresa deve se reavaliar e, possivelmente, reformular sua estratégia para recuperar a confiança do público e colaboradores.

Enquanto isso, as investigações prosseguem, e a Polícia Civil de São Paulo continua a trabalhar para elucidar todos os aspectos desse esquema fraudulento. O caso traz à tona discussões sobre a necessidade de maior segurança nos sistemas financeiros e a importância da vigilância contra fraudes, que podem ter um impacto devastador nas operações de empresas inocentes.

A Justiça de São Paulo aguarda novos desdobramentos, enquanto a sociedade observa os acontecimentos e repercussões de um dos maiores escândalos financeiros do setor varejista nos últimos anos.

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