Brasil, 25 de agosto de 2025
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Dinamarca permite uso de inteligência artificial em provas de inglês

O Ministério da Educação da Dinamarca anunciará mudanças nas provas orais de inglês do ensino médio, permitindo o uso de IA.

O Ministério da Educação da Dinamarca deu um passo ousado ao anunciar que o uso de inteligência artificial (IA) será permitido, em caráter experimental, durante as provas orais de inglês do ensino médio, a partir do início do próximo ano. Essa decisão visa adaptar e modernizar a educação, preparando os estudantes para um mercado de trabalho cada vez mais digital.

O que muda nas provas de inglês?

De acordo com as novas diretrizes, os alunos receberão um tema e terão uma hora para se preparar antes de se apresentar diante do examinador. Durante esse tempo de preparação, eles poderão utilizar qualquer recurso, inclusive ferramentas de IA generativa, que podem ajudar no desenvolvimento do conteúdo e na melhoria das habilidades linguísticas.

Por outro lado, na parte escrita da prova, o cenário será diferente. Os estudantes deverão escrever uma parte do exame à mão, sem fazer uso de computadores, para evitar o que o Ministério chamou de “cola digital”. Essa medida visa não apenas limitar o uso de tecnologia, mas também fomentar a expressão linguística autêntica dos alunos.

Essas mudanças serão implementadas apenas nas escolas que optarem por participar do programa voluntariamente. O ministério planifica divulgar mais detalhes sobre o cronograma em setembro deste ano.

A visão do ministro da Educação

O ministro da Educação, Mattias Tesfaye, enfatizou a necessidade de equilibrar o aprendizado digital e analógico. “Com os jovens crescendo nesses dois mundos, precisamos prepará-los da melhor forma para a realidade depois da escola”, declarou.

Inovações educacionais em outros países

Outros países, como a Finlândia, já estão incorporando tecnologias semelhantes em seus sistemas de ensino. Plataformas de inteligência artificial são usadas nas aulas de matemática e em disciplinas que exigem cálculos, como física. A ferramenta Eduten, desenvolvida pela Universidade de Turku, é um exemplo que já está presente em mais de 70% das escolas finlandesas, criando exercícios personalizados e adaptados para cada aluno.

O objetivo é tornar o aprendizado mais eficiente e menos estressante, além de fornecer dados em tempo real para que os professores possam acompanhar o progresso dos estudantes de forma mais eficaz.

Medidas culturais na Dinamarca

Além das inovações educacionais, o Ministério da Cultura da Dinamarca anunciou a eliminação do imposto sobre livros, que atualmente gira em torno de 25%, o mais alto da Europa. Essa medida custará aproximadamente 330 milhões de coroas dinamarquesas por ano ao Estado, cerca de 280 milhões de reais.

O ministro da Cultura, Jakob Engel-Schmidt, justificou a decisão como uma resposta à crise de leitura que o país enfrenta. Segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), quase um quarto dos adolescentes dinamarqueses de 15 anos não consegue compreender um texto simples, refletindo um aumento de quatro pontos percentuais em uma década.

Ele acrescentou: “A concorrência entre os serviços tradicionais de livros e as plataformas de streaming é muito acirrada. Com essa medida, eu gostaria que mais pessoas pudessem redescobrir o hábito da leitura”.

Com essas iniciativas, a Dinamarca não apenas está se preparando para um futuro mais digital na educação, mas também busca incentivar hábitos de leitura e expressão linguística que são cruciais para o desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens.

Enquanto o mundo se adapta às novas tecnologias, a ação da Dinamarca pode servir como um modelo para outras nações que buscam melhorias em seus sistemas educacionais.

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