Brasil, 25 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Críticas ao capitalismo de compadrio nas ações de Donald Trump

Walter Isaacson critica estratégia de Trump com Intel e Nvidia, apontando riscos de corrupção e ineficiência na indústria americana.

A recente intervenção do governo de Donald Trump nas companhias de tecnologia, como a Intel e a Nvidia, gerou críticas contundentes de especialistas em economia e administração. Walter Isaacson, reconhecido biógrafo e professor da Universidade Tulane, descreveu as táticas do ex-presidente como uma “método de compadrio” que desencadeará efeitos desastrosos no setor de manufatura dos Estados Unidos.

Crony capitalism e suas consequências

Em uma entrevista ao programa “Squawk Box” da CNBC, Isaacson declarou que “o capitalismo de Estado frequentemente evolui para um capitalismo de compadrio, onde empresas e indústrias favorecidas pagam tributo ao líder.” Para ele, essa prática não só corrompe o ambiente de negócios, mas também o torna caótico e ineficaz. O professor argumentou que esse tipo de abordagem não consegue revitalizar a manufatura americana e, em última análise, opera em desfavor da economia nacional.

A agenda do governo Trump com Intel e Nvidia

O governo Trump tem aumentado sua influência sobre o funcionamento de empresas nos EUA, impulsionando a ideia de que o governo obtenha uma participação acionária na Intel, uma das maiores fabricantes de semicondutores do mundo. Isso acontece em um momento em que a Intel enfrenta dificuldades financeiras e operacionais. Recentemente, Trump se dirigiu ao CEO da empresa, Lip-Bu Tan, chamando-o de “altamente conflitante” e solicitando sua renúncia.

Além disso, Trump também estabeleceu acordos com a Nvidia e a Advanced Micro Devices (AMD) para que essas empresas paguem 15% de suas receitas obtidas na China ao governo americano em troca de licenças de exportação para vender determinados chips naquele mercado.

O perigo das parcerias público-privadas

Isaacson expressou ceticismo em relação às parcerias público-privadas, citando o exemplo da Coca-Cola, que foi encorajada pelo governo a utilizar açúcar de cana em seus produtos. Segundo o biógrafo, esta prática é outro exemplo de como o capitalismo de compadrio pode se infiltrar nas operações comerciais, comprometer a concorrência e gerar ineficiências no mercado.

Para Isaacson, a dependência de mutualismos entre o governo e empresas pode prejudicar a inovação e a competitividade, pilares essenciais para a recuperação e crescimento da indústria americana. Ele sustenta que o verdadeiro progresso no setor de tecnologia e manufatura deve vir de um mercado livre e competitivo, onde as empresas prosperem com base em seus méritos, e não por meio de favoritismos políticos.

O peso das críticas no cenário atual

As declarações de Isaacson ressoam em um momento crítico para a economia americana, onde a luta pela recuperação e revitalização da indústria nacional é uma prioridade. A crítica à abordagem de Trump destaca o debate contínuo sobre a eficácia e a ética das intervenções governamentais nas empresas. À medida que as dificuldades na indústria de semicondutores continuam, muitos se perguntam se essa estratégia realmente trará os resultados desejados ou se, em vez disso, criará uma dependência que poderá enfraquecer ainda mais a sustentabilidade do setor.

As palavras de Walter Isaacson não apenas chamam a atenção para os riscos associados ao capitalismo de compadrio, mas também instigam discussões sobre a melhor forma de revitalizar a economia americana sem sacrificar a integridade do mercado. A pergunta que fica é: como encontrar um equilíbrio entre o suporte governamental e a independência econômica das empresas?

Ainda que algumas parcerias possam oferecer benefícios em curto prazo, a história sugere que uma reliance excessiva sobre as alianças governamentais pode levar a um ambiente de negócios disfuncional, onde inovação e eficiência são sacrificadas em prol de interesses políticos.

Ao analisarmos o futuro da indústria americana, é crucial levar em consideração esses avisos e encontrar um caminho que favoreça um verdadeiro crescimento econômico baseado em meritocracia e inovação, longe das armadilhas do compadrio.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes