Brasil, 24 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Visões chocantes de DC sob controle federal após ação de Trump

Residentes de Washington documentam a presença de forças federais e a sensação de um cenário dystópico em meio às ações do governo Trump.

Após a assinatura de uma ordem executiva por Donald Trump que colocou Washington, DC, sob controle federal, moradores e visitantes da capital têm testemunhado uma situação inédita e impactante. Com mais de 800 membros da Guarda Nacional já mobilizados e a chegada de outras tropas, a cidade vive um momento de tensão e surpresa.

O que está acontecendo em DC com o controle federal

O presidente Trump decretou uma “emergência de criminalidade” no Distrito de Columbia, em oposição às alegações da prefeita Muriel Bowser, que afirmou que, apesar de um aumento em 2023, os índices de violência estão no menor nível em três décadas. A medida inclui a federalização da polícia local e a implantação de forças militares, com tropas vindas de estados como Mississipi, Tennessee e Ohio.

Relato de quem vive o dia a dia na cidade

Rob Perez, veterano da Marinha e criador de conteúdo de DC, decidiu mostrar ao mundo a realidade na cidade com uma corrida pelas ruas, capturando imagens e vídeos que rapidamente viralizaram, com mais de 10 milhões de visualizações. Em seu vídeo, Rob destaca a presença de veículos militares, a forte atuação de forças federais e a atmosfera de insegurança que tomou conta das ruas.

“Estou indo correr por DC e mostrar o cenário agora que o governo federal enviou a Guarda Nacional e federalizou nossa polícia”, ele comenta em sua gravação. Ao longo do percurso, Rob observa veículos não identificados, policiais, agentes do Homeland Security e protestos, incluindo manifestações contra a presença militar e frases de insatisfação com a ocupação.

Impactos na população e percepções

Durante sua corrida, Rob relata cenas de medo entre moradores, especialmente pessoas negras, que demonstram ansiedade ao cruzar com agentes federais armados. Uma mãe negra, por exemplo, segurou a mão do filho com a advertência: “Quando você vir essas pessoas na rua, segure minha mão, para eles não pensarem que você está causando transtorno”.

Os protestos também se fizeram presentes, com gritos contra a intervenção militar e cartazes de resistência. Rob presenciou ainda abordagens de suspeitos que estavam fumando maconha e conversou com residentes sobre a confusão institucional relacionada à remoção de pessoas em situação de rua, com diferentes agências às vezes agindo de forma contraditória.

Reações e opiniões na cidade

Nos locais onde passou, Rob ouviu comentários impactantes: “Isso não é normal. Parece uma ditadura”, criticaram alguns; outros, agradeceram por sua coragem em mostrar o que poucos têm coragem de documentar. Segundo Rob, muitos moradores de DC não se sentem livres para se expressar, temendo perder o emprego ou represálias, pois trabalham para o governo ou são contratados de empresas militares.

“As pessoas que trabalham pelo país não podem sequer compartilhar suas opiniões sem medo”, ele explica. Sua iniciativa visa justamente dar voz aos silenciados e oferecer uma perspectiva real do que acontece na cidade sob controle militar, especialmente em um momento onde a democracia e os direitos civis estão sendo testados.

Uma situação que remete a times sombrios

Comentários nas redes sociais apontam que essa imagem de tropas nas ruas lembra um cenário de opressão. Termos como “ditadura” e referências a séries distópicas, como “The Handmaid’s Tale”, foram frequentes entre os internautas. Outra preocupação é quanto ao uso excessivo de recursos — como a presença de tropas de fronteira, apesar de Washington não fazer fronteira com nenhum país.

Rob alerta que o controle de DC é possível devido à sua condição de distrito federal, sem representação no Congresso, o que facilita ações unilaterais do Executivo. “Muitos não percebem que o distrito não tem direito a voto e que a própria administração federal já cortou mais de 60 mil empregos públicos na cidade”, ele afirma.

O papel dos moradores e o futuro da cidade

Apesar do clima de medo, Rob acredita na força do povo de Washington. “Precisamos entender como o controle federal afeta toda essa dinâmica, e o que isso significa para a liberdade na cidade”, conclui. Sua intenção é continuar documentando e mostrando a realidade, com o objetivo de ampliar a compreensão do impacto dessas ações na população local.

Ciente de seu privilégio de ser um homem branco, Rob reforça que quer usar sua posição para dar voz às vítimas de uma intervenção que muitos veem como autoritária e opressiva. Seus vídeos continuam a provocar reflexões e a reforçar o papel da sociedade em resistir às medidas que parecem retirar direitos civis essenciais.

Enquanto Washington enfrenta esse momento turbulento, a pergunta permanece: qual será o desfecho dessa intervenção federal e quais lições essa situação trará para a democracia americana?

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes