A 70ª edição da Festa do Peão de Barretos, uma das mais tradicionais celebrações do agronegócio brasileiro, teve uma abertura marcada pela presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele utilizou o palco para expressar solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente cumpre prisão domiciliar, e destacou a importância do agronegócio no Brasil, reafirmando sua posição política diante de um público majoritariamente conservador.
Solidariedade no palco e declarações polêmicas
Durante a cerimônia, Tarcísio fez questão de levar ao palco um boneco que representava Jair Bolsonaro. Em seu discurso, ele relembrou o apoio que recebeu do ex-presidente: “Entrei aqui pela primeira vez com o presidente Bolsonaro. Essa pessoa que fez tudo por mim, que me abriu portas e está passando por uma grande injustiça.” O governador se referiu à situação política de Bolsonaro, afirmando que “o tempo vai trazer justiça” ao ex-presidente.
Além de demonstrar apoio a Bolsonaro, Tarcísio também fez uma afirmação contundente contra aqueles que desvalorizam o agronegócio, um setor vital para a economia brasileira. Ele afirmou: “Não dá para aceitar e respeitar quem não gosta do agronegócio.” Suas declarações foram bem recebidas por um público que, na sua maioria, se alinha a uma visão conservadora e favorece políticas que estimulam o setor agrícola.
A presença de figuras políticas e o cenário eleitoral
A abertura da Festa do Peão de Barretos também contou com a participação de outros governadores, incluindo Ronaldo Caiado, de Goiás, e Romeu Zema, de Minas Gerais. Ambos estão em seus segundos mandatos e já manifestaram publicamente suas intenções de concorrer à presidência da República em 2026. Diferentemente de Tarcísio, que ainda evita se posicionar claramente enquanto Bolsonaro mantiver seus laços com a política, os outros governadores aproveitaram a ocasião para reforçar suas candidaturas.
Caiado, durante seu discurso, lembrou a importância do agronegócio e de políticas voltadas ao produtor rural, criticando o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) e fazendo um paralelo entre a origem de movimentos sociais e a necessidade do fortalecimento do setor agrícola. “No momento em que o PT criava o MST, aqui nós criamos também a nossa UDN para defender o produtor rural no Brasil”, destacou Caiado.
Por outro lado, Zema aproveitou um momento para convidar os presentes a conhecer os rodeios que ocorrem em Minas Gerais ao longo do ano, enfatizando o sucesso das exportações do agronegócio do estado, que superaram, pela primeira vez, as da mineração.
Expectativas para o futuro político
As declarações de Tarcísio e seus colegas governadores fazem parte de uma estratégia mais ampla de mobilização política, mirando nas eleições de 2026. Tarcísio, em particular, tem se posicionado como uma figura universitária, buscando construir uma base sólida entre os conservadores e os produtores rurais.
A ausência da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no evento também foi notada. Sua visita era esperada, mas não foi confirmada, gerando repercussões nas redes sociais e trazendo críticas de alguns apoiadores que acreditam que sua presença poderia não oferecer “proveito político” nesse momento delicado para a família Bolsonaro.
Com um discurso forte e direcionado, Tarcísio de Freitas segue se consolidando como uma figura influente dentro do cenário político, buscando unir a base conservadora em torno de políticas que favoreçam o agronegócio e respaldam suas alianças com os antigos apoiadores de Jair Bolsonaro.
O cenário atual aponta para um engajamento crescente entre as lideranças do agronegócio e os interesses políticos que se desenham para o futuro próximo, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando e a necessidade de formar uma frente unida em defesa dos valores conservadores no Brasil.