Era uma segunda-feira fria e ensolarada quando Stephano Strand, de 19 anos, abriu as portas de sua casa, na zona sul de São Paulo, para receber o iG Gente e falar sobre o maior desafio de sua carreira até agora: atuar em uma produção brasileira. Há um ano vivendo em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde estuda Jornalismo e Artes Cênicas na Loyola Marymount University, Stephano destaca que seu talento foi fundamental para conquistar um papel no filme Deixe-me Viver, que estreia no próximo ano.
Emoção, espiritualidade e reflexões
O longa-metragem, com roteiro de Mônica Carvalho, explora temas universais como amor, laços familiares e a coragem diante de escolhas difíceis. Para Stephano, o processo de entrar no elenco foi um momento de sorte: “Há uns quatro meses, a minha mãe estava na igreja e reconheceu a Mônica [Carvalho], que estava procurando um jovem com o meu perfil”, relembra o ator.
No filme, Albert, interpretado por Humberto Martins, é o ex-marido de Andrea (Mônica Carvalho) e pai de Júlia (Cat Dantas), uma jovem diagnosticada com câncer terminal que decide viver intensamente seus últimos dias. Andrea enfrenta dificuldades legais e emocionais enquanto luta por uma despedida digna para sua filha, desafiando a justiça e o que já foi seu casamento.
Preparação para o personagem Miguel
Stephano atua como Miguel, um jovem que sonha com o amor, mas é atormentado por bloqueios emocionais. Para ele, essa foi uma oportunidade de grandes transformações pessoais e profissionais. “Estudei em uma escola britânica e sempre falei inglês misturado com português, então meu português às vezes sai ‘quebrado'”, confessa. Para lidar com isso, ele se dedicou a aulas de português para aprimorar sua performance e se sentir mais à vontade no set.
Apesar dos desafios, Stephano espera que sua interpretação ressoe com o público e provoque reflexões sobre a vulnerabilidade e a importância de aproveitar cada momento da vida. “A forma como o filme aborda amor e espiritualidade é fundamental. Essas experiências são entrelaçadas e retratam de forma poderosa a dor de perder alguém amado”, observa.
O início da carreira de ator
A carreira de Stephano começou aos 12 anos, quando ele se apaixonou por atuar e começou a imitar vozes de personagens. Sua paixão por cinema se intensificou com a atuação em peças escolares. “A sensação de estar no palco e ser aplaudido me conquistou”, lembra. Ele se mudou para Los Angeles para estudar teatro e se aventurar em filmes independentes antes de receber a convocação para “Deixe-me Viver”.
“Foi um processo muito interessante para mim. A Mônica, que buscava alguém com menos experiência e um caráter mais jovem, se deparou comigo, e tudo fluiu muito bem”, explica. A conexão com a produção começou quando sua mãe tornou-se amiga da diretora, que expressou a necessidade de um jovem ator para o papel de Miguel.
Desafios e conquistas durante as filmagens
Interpretar Miguel não foi uma tarefa fácil. O personagem, além de ter que equilibrar seu passado difícil, também fazia parte de um contexto cultural diferente. “Nascido de um pai gringo, Miguel não tem um sotaque baiano forte, mas há termos e expressões que realmente são desafiadores”, explica.
A química entre Stephano e sua coestrela, Cat Dantas, foi desenvolvida fora do set, com momentos de descontração e conversas sinceras. “Nos conhecemos em um evento no Rio. Desde o início, havia uma conexão genuína entre nós”, lembra.
Para Stephano, “Deixe-me Viver” é um filme que não apenas toca em questões de amor e espiritualidade, mas também faz uma reflexão profunda sobre como lidamos com a perda e a vida. “Essas são experiências universais e estou orgulhoso de fazer parte de um projeto que pode ressoar com tantas pessoas”, conclui.
Com sua estreia marcada, Stephano Strand já se prepara para o que vem a seguir e continua sua jornada no cinema, mirando novos desafios e projetos que possam ajudá-lo a crescer ainda mais como ator e artista.
