Brasil, 24 de agosto de 2025
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Piracicaba teme impacto do tarifaço de Trump na indústria e no emprego

Cidade paulista, com forte exportação para os EUA, enfrenta perspectiva de perdas em empregos, comércio e setor industrial por tarifa tarifária de Trump

Moradores e empresários de Piracicaba, no interior de São Paulo, estão apreensivos com os efeitos do tarifaço anunciado pelo governo de Donald Trump. A medida, que aumenta tarifas de importação e entradas de produtos brasileiros nos EUA, ameaça a economia local, fortemente dependente das exportações ao país norte-americano.

Impacto do tarifaço de Trump na indústria de Piracicaba

Com 74% de sua produção destinada aos EUA, Piracicaba é a quarta maior exportadora brasileira para o país, colocando-se na mira do aumento de tarifas. Segundo dados do IBGE, as vendas americanas em 2024 foram de US$ 1,3 bilhão, o que equivale a aproximadamente R$ 7 bilhões, representando uma parcela significativa do PIB municipal.

“O maior medo é que o tarifão provoque perda de renda dos metalúrgicos, afetando também o comércio e serviços locais”, afirma Cristiane Feltre, professora da Escola de Negócios da PUC de Campinas. Ela ressalta que cerca de 50% dos empregos na indústria de Piracicaba estão ligados ao setor metalúrgico e de máquinas.

Consequências econômicas e sociais para Piracicaba

O setor de máquinas de construção civil, principal produto exportado, corre risco de desaceleração ou mesmo de cancelamento de pedidos, como relata André Simioni, diretor da Tecparts do Brasil, que conta com 350 funcionários. “Já congelamos todos os novos projetos voltados aos EUA”, explica o empresário, destacando a dificuldade de diversificar mercados em curto prazo.

O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Mecânicas de Piracicaba, Erick Gomes, estima que entre 3,5 mil e 5 mil empregos podem ser afetados, gerando uma perda de renda entre R$ 180 milhões e R$ 242 milhões na cidade. “Se a situação continuar, a segunda onda do aumento do desemprego virá entre setembro e outubro, com férias coletivas, lay-offs e demissões.”*

Em resposta, representantes de Piracicaba realizaram uma missão a Brasília, buscando diálogo com autoridades e apresentando propostas, como desoneração da folha e linhas de crédito com prazos mais longos. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, confirmou que Trump prorrogou a tarifa de 50% para importações de peças de aço e alumínio, incluindo produtos brasileiros, mas ainda há muita incerteza sobre o impacto final.

Repercussões no comércio e na vida cotidiana

Na Rua do Porto, às margens do rio Piracicaba, a preocupação é generalizada. Proprietários de restaurantes, como Adail Pinto, relatam que o turismo de negócios, fundamental para sua atividade, já sofre efeitos do clima de insegurança. “Se as exportações diminuírem, o movimento na rua também cai”, afirma Pinto.

Profissional de uma autoescola há 25 anos, José Antônio Bueno também teme redução de renda. “O medo é que o desemprego cresça, afetando até as atividades mais básicas, como tirar a carteira de habilitação.”*

Perspectivas e alternativas

Autoridades locais e empresários continuam a busca por soluções e apoio governamental, reforçando a necessidade de ações concretas frente à ameaça tarifária. A dependência de exportações para os EUA, setor que movimenta cerca de US$ 3 bilhões anuais, torna Piracicaba especialmente vulnerável nesta guerra tarifária.

“Participamos de discussões na Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas, mas o impacto ainda é incerto e preocupante para toda a comunidade”, conclui a secretária de Desenvolvimento Econômico de Piracicaba, Thais Fornicola. *

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