No último domingo (24/8), um padre de 41 anos foi preso em Cascavel, no oeste do Paraná, por suspeita de abusar sexualmente de jovens de uma comunidade católica e de adolescentes em situação de vulnerabilidade. A detenção foi realizada por policiais do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA), que também cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do acusado.
Investigação e prisão temporária
Segundo as informações divulgadas pela polícia, o religioso, cuja identidade não foi revelada, estava sendo investigado desde o dia 16 de junho deste ano. Desde o início da apuração, 11 testemunhas foram ouvidas, e três vítimas foram identificadas — uma adolescente na época do crime e dois adultos.
De acordo com as autoridades, a insistência do padre em tentar entrar em contato com vítimas e testemunhas levou à necessidade de sua prisão temporária. Fatos que apontam um padrão de comportamento predatório foram levantados, sugerindo que ele já apresentava esse perfil desde 2010, quando ainda era seminarista.
Comportamento e táticas de atração
O relatório policial indica que a maioria das vítimas eram jovens envolvidos em atividades religiosas. Ele utilizava táticas de atração, como ofertas de dinheiro, viagens, presentes e convites para pernoitar em sua residência, visando jovens em vulnerabilidade social. Esse comportamento despertou a atenção das autoridades e contribuiu para a condução da investigação.
Além das suspeitas de abuso, também foram identificadas irregularidades na gestão financeira da paróquia, onde o padre atuou como pároco até o final de 2024. A Polícia Civil não divulgou detalhes sobre essas irregularidades nem sobre as “terapias complementares”, que o religioso oferecia sem a devida autorização, praticando o exercício ilegal da medicina.
Afastamento e continuidade das investigações
Após o surgimento das primeiras evidências de abusos, o padre foi afastado de suas funções eclesiásticas no dia 14 de agosto. A investigação continua em andamento, com o objetivo de identificar novas vítimas e testemunhas que possam colaborar com as apurações. As denúncias podem ser feitas ao Nucria pelo telefone (45) 3326-4909. Além disso, é possível utilizar o canal nacional de denúncias de violação de direitos humanos, o Disque 100, ou o Disque-Denúncia do Paraná, pelo 181.
A Polícia Civil destacou que, devido à gravidade das acusações e à necessidade de proteger as vítimas, o caso permanece em sigilo para não comprometer a investigação.
O caso do padre em Cascavel é um triste exemplo da necessidade de proteção e atenção às vítimas de abuso, especialmente em comunidades vulneráveis. Espera-se que as investigações sigam com rigor e que, se confirmadas as denúncias, o religioso responda pelos seus atos.
Não é a primeira vez que noticias de abusos envolvendo religiosos surgem na mídia, levantando discussões sobre o papel da igreja e das instituições na proteção das crianças e adolescentes. A esperança é que a sociedade se una para criar um ambiente mais seguro e acolhedor para todos.
