O Brasil se despediu de um dos maiores ícones do humor gráfico, Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, mais conhecido como Jaguar. O cartunista faleceu neste domingo, 24 de setembro de 2023, no hospital Copa D’or, no Rio de Janeiro, aos 93 anos. A informação foi confirmada por seus familiares à TV Globo.
A trajetória do cartunista Jaguar
Natural de São Paulo, Jaguar se destacou na cena do humor brasileiro a partir de 1969, quando se tornou um dos criadores do famoso jornal satírico O Pasquim. O veículo virou referência de resistência à censura e à ditadura militar, com seu conteúdo ácido e crítico, acompanhado de ilustrações que marcaram época. Em O Pasquim, Jaguar trabalhou ao lado de outros grandes nomes das artes gráficas, como Ziraldo, Millôr Fernandes e Henfil.
Além de O Pasquim, Jaguar contribuiu para uma série de jornais e revistas ao longo de sua carreira, consolidando uma produção repleta de crítica social e política. Seus traços característicos e suas piadas inteligentes conquistaram o público e deixaram um legado que ainda ressoa na produção cultural contemporânea.
Legado e homenagens
A obra de Jaguar transcende o humor e se entrelaça com a história política do Brasil. Ele foi um dos mais fortes críticos do regime ditatorial que vigorou entre os anos 1960 e 1980, utilizando sua arte para questionar e desestabilizar as narrativas oficiais. Seu estilo singular inspirou gerações de cartunistas e humoristas, que buscam em seus trabalhos um reflexo da realidade e uma forma de resistência.
A notícia de sua morte reverberou nas redes sociais, com homenagens de fãs, colegas e admiradores. Muitos ressaltaram o quanto ele foi influente na formação do humor nacional e como suas obras ainda estão presentes na memória coletiva dos brasileiros. A forma como Jaguar abordava temas como política e comportamento humano seria sempre uma fonte de reflexão e questionamento.
O impacto da arte de Jaguar na cultura brasileira
Com um estilo inconfundível, Jaguar conseguiu dar voz a muitos inconformados e opressos através de suas tiras e personagens. Sua capacidade de fazer críticas contundentes com uma leveza cômica é um dos motivos pelos quais seu trabalho se mantém relevante até hoje. O cartunista desenhou figuras emblemáticas e personagens que simbolizam a luta pela liberdade de expressão, marcando sua presença em momentos críticos da história do Brasil.
Além do seu trabalho em O Pasquim, Jaguar se envolveu em diversas iniciativas culturais, participando de exposições e eventos dedicados à arte do cartum. Ele foi também um defensor do direito à livre expressão, sendo um dos maiores expoentes no combate à censura durante e após a ditadura militar.
Informações sobre o velório
Até a última atualização desta reportagem, ainda não haviam sido divulgadas informações sobre os detalhes do velório e enterro de Jaguar. A família deve se pronunciar em breve sobre os preparativos para a despedida de um dos maiores ícones da história do humor brasileiro. Espera-se que muitos fãs e amigos se reúnam para prestar suas últimas homenagens a esse grande artista que nos deixou um legado inestimável.
A morte de Jaguar é uma grande perda para o Brasil, que se despede de um artista que dignificou a arte do cartum e que sempre lutou pela liberdade de expressão. Seu traço e sua voz estarão eternamente presentes na memória de todos que acreditam na força da resistência cultural.