No último dia 14 de julho, Samira Khouri, uma médica de 27 anos, se tornou vítima de agressões violentas por parte de seu ex-namorado, Pedro Camilo Garcia, um fisiculturista de 24 anos. O crime ocorreu em um apartamento alugado em Moema, São Paulo, durante uma festa que celebrava o aniversário da vítima. O clima festivo se transformou em um pesadelo após Pedro demonstrar ciúmes de um homem durante a balada LGBTQIA+ que estavam frequentando.
A agressão e a fuga
Samira e Pedro foram a uma balada, cuja temática LGBTQIA+ só foi descoberta quando já estavam no evento. O casal interagiu com outros convidados, mas a situação se tornou tensa quando Pedro se irritou ao ver Samira conversar com um homem que, segundo a médica, havia se identificado como gay. Apesar das várias tentativas do rapaz de explicar que não tinha interesse em Samira, Pedro acabou sendo expulso do local pela segurança.
Após retornar ao apartamento, Pedro agrediu Samira. A violência durou cerca de seis minutos, e a médica teve os “ossos da face destruídos”, segundo a advogada Gabriela Manssur. O ataque foi interrompido por um vizinho que acionou a polícia, salvando Samira de mais sequelas físicas e emocionais.
Consequências jurídicas
Pedro Camilo foi detido após fugir para Santos, onde foi encontrado e preso pela polícia. Durante audiência de custódia, sua prisão em flagrante foi convertida em preventiva, com a Justiça negando um pedido de habeas corpus feito por sua defesa. O advogado de Pedro alegou que o fisiculturista faz uso de medicamentos controlados para problemas psiquiátricos, algo que não foi suficiente para convencê-los a libertá-lo.
A advogada de Samira celebrou a decisão da Justiça, afirmando que é uma resposta necessária para um problema social crescente de violência contra a mulher. “Essa é uma questão de segurança para a própria vítima e sua família. É uma decisão que traz esperança”, comentou Gabriela.
Recuperação e dificuldades da vítima
Atualmente, Samira enfrenta sérios desafios de recuperação. Ela já passou por várias cirurgias reparadoras e ainda precisa de novos procedimentos, além de estar sob avaliação médica constante. O estresse emocional causado pela situação é profundo, e a médica sofre com sequelas que afetam sua qualidade de vida.
Ela começou a recuperar alguns fragmentos de memória sobre a agressão e se movimentar com mais segurança, mas sua saúde mental ainda exige atenção. A advogada destaca que Samira está muito abalada e que o caminho para sua recuperação emocional é longo e complicado.
Perspectivas futuras
O advogado de Pedro planeja entrar com um novo pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), propondo que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares. No entanto, a situação ainda está em andamento e requer acompanhamento atento por parte das autoridades, dada a gravidade do caso.
A história de Samira Khouri não é um caso isolado. Ela representa muitas mulheres no Brasil que enfrentam agressões e precisam lutar por justiça. O apoio da sociedade é fundamental para combater esse tipo de violência que, lamentavelmente, continua presente em diversas realidades.
A luta de Samira por justiça e recuperação será um exemplo para muitos e um lembrete da necessidade de ações efetivas na prevenção da violência contra a mulher.
Para mais informações, acompanhe os desdobramentos desse caso no portal g1.
