Brasil, 24 de agosto de 2025
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Mais idosos no mercado de trabalho: tendência e desafios

Com envelhecimento populacional e mudanças econômicas, mais pessoas acima de 60 anos continuam trabalhando no Brasil

José Alberto Soares Lins, de 60 anos, planeja trabalhar por mais cinco anos antes de se aposentar e pretende seguir na atividade após a aposentadoria. Com Ensino Médio completo, ele trabalhou em limpeza urbana e há mais de uma década é porteiro em um prédio residencial de Brasília. Alegre e prestativo, seu Alberto sabe que a renda da aposentadoria será insuficiente para o sustento da família, motivando-o a permanecer no mercado de trabalho.

Envelhecimento e permanência no mercado de trabalho

Mais pessoas com mais de 60 anos estão ocupadas no Brasil, refletindo um fenômeno que deve se intensificar nos próximos anos. Segundo levantamento do pesquisador Rogério Nagamine, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o número de trabalhadores nessa faixa etária saltou de 4,9 milhões no segundo trimestre de 2012 para 8,6 milhões em 2025, uma alta de 76%. Já na faixa de 40 a 59 anos, a expansão foi de 32%, passando de 31 milhões para 41 milhões.

Para Nagamine, a combinação do envelhecimento acelerado da população com a Reforma da Previdência, implementada em 2019, que elevou a idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e 62 para mulheres), explica essa tendência. Além disso, a conjuntura econômica incentiva os brasileiros a continuar atuando no mercado de trabalho por mais tempo, dada a necessidade de complementar a renda e a maior expectativa de vida.

Desafios para o envelhecimento ativo

O aumento na participação de idosos no mercado traz desafios e oportunidades. Quanto maior a longevidade, maior a necessidade financeira de se manter ativo e garantir uma aposentadoria confortável. Ao mesmo tempo, a redução do contingente de jovens torna esses profissionais maduros cada vez mais essenciais às empresas, que também precisam adaptar suas políticas para promover o envelhecimento ativo.

Um exemplo é a funcionária pública Eloisa Biasuz, de 57 anos, que adia sua aposentadoria para 2029 para evitar uma perda de 20% na renda. Ela, que pretendia se aposentar em 2020, optou por permanecer na ativa devido às novas regras da reforma. Já Fátima Xavier, de 55 anos, aposentou-se em janeiro de 2024 e decidiu empreender, abrindo uma corretora de seguros, para complementar sua renda.

Perspectivas para o futuro do mercado de trabalho

Especialistas destacam que a tendência de crescimento da participação de idosos no mercado de trabalho reforça a necessidade de políticas públicas que promovam o envelhecimento ativo. Segundo o professor da UFMG, Alexandre Oliveira Ribeiro, esse movimento é impulsionado pelo envelhecimento populacional e por mudanças econômicas, comportamentais e tecnológicas que favorecem a permanência dos mais velhos na ativa.

Ribeiro reforça que ações que favoreçam a inclusão e a valorização dos trabalhadores mais velhos são essenciais para mitigar o etarismo e adaptar o Brasil à nova realidade demográfica mundial, garantindo uma força de trabalho mais diversa e sustentável.

Com maior longevidade, aumenta também a necessidade de investimentos em educação, saúde e capacitação ao longo de toda a vida, para que os trabalhadores possam atuar com saúde e eficácia por mais tempo, contribuindo para a economia e para sua qualidade de vida.

Para saber mais, acesse o artigo completo.

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