A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertou nesta quinta-feira (24) contra questionamentos à independência dos formuladores de políticas monetárias, ressaltando que a autonomia é essencial para a estabilidade econômica. Ela afirmou que governos envolvendo-se na definição de taxas de juros podem tornar as instituições disfuncionais, resultando em instabilidade.
Independência dos bancos centrais é crucial, afirma Lagarde
Durante sua participação no programa Sunday Morning Futures, da Fox News, Lagarde afirmou: “A independência de qualquer banco central é extremamente importante”. Ela explicou que, embora seja necessário prestar contas a órgãos legislativos, a autonomia deve ser preservada. “Temos que reportar e responder às perguntas do Congresso dos Estados Unidos ou do Parlamento Europeu, mas é de vital importância que um banco central seja independente”, ressaltou.
Experiência no FMI e riscos da interferência política
Ela aproveitou para reforçar que, durante seu mandato no Fundo Monetário Internacional, pôde observar os efeitos nocivos de ameaças à independência das instituições financeiras. “Quando essa independência é comprometida, o banco central se torna disfuncional, passa a tomar medidas que não deveria e entra em estado de perturbação”, disse Lagarde. A especialista acrescentou que a perda de autonomia pode levar a instabilidade econômica e, em casos extremos, a crises financeiras.
Contexto nos Estados Unidos e ataque a Powell
Lagarde destacou que, nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, enfrenta forte pressão do presidente Donald Trump, que se recusa a autorizar reduções nas taxas de juros. No simpósio anual do Fed realizado em Jackson Hole, Wyoming, os funcionários presentes demonstraram apoio a Powell com uma ovação de pé antes de seu discurso. “Essa postura demonstra o respeito ao papel independente do banco central”, comentou Lagarde.
Relevância da autonomia na gestão monetária
A presidente do BCE reforçou que a independência é fundamental para a credibilidade das políticas econômicas, especialmente em momentos de turbulência global. “Sem essa autonomia, os bancos centrais podem perder o foco na estabilidade e na luta contra a inflação, o que prejudica toda a economia”, afirmou.
Para mais detalhes, acesse a reportagem do Globo.