Brasil, 25 de agosto de 2025
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Imigrante enfrenta deportação para Uganda após recusar oferta

Após recusar deportação para Costa Rica, Kilmar Abrego Garcia pode ser enviado para Uganda, levantando questões sobre direitos humanos.

NASHVILLE, Tenn. — As autoridades de imigração dos Estados Unidos confirmaram a intenção de deportar Kilmar Abrego Garcia para Uganda, após o imigrante recusar uma oferta para ser enviado a Costa Rica em troca de uma confissão sobre acusações de contrabando humano. A informação foi divulgada por seus advogados em uma audiência no tribunal no último sábado.

A oferta e a recusa

De acordo com o processo, a proposta para deportação a Costa Rica foi feita na quinta-feira passada e incluía a condição de que Abrego Garcia ficasse detido e aceitasse sua culpabilidade pelas acusações. No entanto, assim que foi solto na sexta-feira, a ICE (Serviços de Imigração e Cidadania dos EUA) informou que ele seria enviado a Uganda e deveria se apresentar às autoridades de imigração na segunda-feira.

Os advogados de Abrego Garcia disseram que, mais tarde naquela mesma sexta-feira, o governo comunicou que ele teria até a manhã de segunda-feira para aceitar a proposta de ir para Costa Rica, caso contrário, a oferta seria irrevogável. Eles não revelaram se o imigrante ainda está considerando a proposta.

Implicações da deportação

A documentação apresentada no tribunal inclui uma carta do governo da Costa Rica, enfatizando que Abrego Garcia seria aceito no país como imigrante legal, sem risco de detenção. O porta-voz do Departamento de Justiça, Chad Gilmartin, declarou que um grande júri federal acusou Abrego Garcia de crimes graves, apontando o perigo que ele representa para a comunidade. Segundo ele, o réu pode escolher entre se declarar culpado ou enfrentar um julgamento.

Um caso complexo

O caso de Abrego Garcia ganhou notoriedade na administração Trump, especialmente após sua deportação inadmissível para El Salvador em março, apesar de evidências de que ele tinha motivos para temer pela sua segurança nesse país. Com um mandado judicial, o governo dos EUA foi obrigado a trazê-lo de volta em junho, somente para detê-lo novamente sob acusações de contrabando humano.

Abrego Garcia se declarou inocente e pediu a dispensa do caso, alegando que as acusações seriam uma retaliação por ele ter desafiado sua deportação anterior. Na argumentação, seus advogados afirmaram que a iminente deportação para Uganda serve como uma prova adicional de que o processo é motivado por vingança.

Questões sobre direitos humanos

O apoio legal de Abrego Garcia destacou que, mesmo tendo recebido garantias do governo da Costa Rica, ele foi rapidamente notificado sobre sua deportação para Uganda logo após sua liberação. O caso levanta sérias preocupações sobre o tratamento de imigrantes e a utilização do sistema de imigração como forma de punição, especialmente considerando as possíveis violações de direitos humanos em Uganda.

A trajetória de Abrego Garcia

A história de Abrego Garcia começou com uma parada de tráfego em 2022 no Tennessee, onde ele foi suspeito de contrabando após ser abordado com nove passageiros em seu carro. Embora tenha recebido apenas uma advertência e permitido a continuação do trajeto, as autoridades eventualmente o acusaram de gravidade superior. Abrego Garcia, que tem esposa e filhos americanos e reside há anos em Maryland, estava em detenção preventiva, embora tenha sido considerado elegível para a liberação, por preocupações relativas à possível deportação imediata.

Um recente veredicto em Maryland estabeleceu que a ICE deve fornecer uma notificação de 72 horas antes do início do processo de deportação, permitindo que um possível deportado prepare sua defesa. Contudo, um e-mail da ICE indicou que Abrego Garcia pode ser deportado para Uganda em um prazo que não inclui fins de semana, se ele não contestar.

Considerações finais

Os oficiais federais argumentam que Abrego Garcia pode ser deportado porque ele entrou ilegalmente nos EUA e foi considerado elegível para expulsão pela justiça americana em 2019, embora não tenha sido para El Salvador. O advogado de liderança de Abrego Garcia na ação contra a administração Trump, Simon Sandoval-Moshenberg, expressou preocupação com a tentativa do governo de punir seu cliente enviando-o para um local distante, cujas condições já são conhecidas por abusos de direitos humanos e onde ele não fala a língua.

A situação de Kilmar Abrego Garcia exemplifica as complexidades e desafios enfrentados por muitos imigrantes e as medidas drásticas que podem ocorrer no sistema de imigração dos Estados Unidos.

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