Brasil, 24 de agosto de 2025
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Governadores de direita no Brasil esquecem Trump e exaltam Milei

Depois do tarifaço de Trump, governadores brasileiros se voltam para Javier Milei como referência na política e economia.

Em um cenário político conturbado e em meio a críticas ao tarifaço imposto por Donald Trump, governadores de direita no Brasil têm buscado inspiração na figura do presidente argentino, Javier Milei. A aproximação com o líder argentino reflete uma mudança estratégica entre os governadores que, nos últimos anos, se identificaram mais com a política americana. Com uma agenda de cortes de gastos e uma abordagem direta à crise criada pelas novas tarifas americanas, Milei se tornou um exemplo a ser seguido, especialmente em contrapartida ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Milei como referência política e econômica

A nova dinâmica se consolidou ainda mais com um encontro que estava programado para este mês, organizado pela Consulting House, um grupo que busca conectar lideranças políticas a empresários. Embora a participação de Milei tenha sido cancelada, o fato destaca um interesse crescente dos governadores que pretendem disputar o espaço deixado por Jair Bolsonaro na política brasileira em 2026.

Na semana passada, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, fez uma visita ao secretário de Turismo, Esporte e Meio Ambiente da Argentina, Daniel Scioli. A conversa se concentrou na atração de turistas argentinos para o estado, um movimento que mostra a estratégia de estreitar laços com o país vizinho. “A Argentina é uma grande parceira. No verão, Santa Catarina se torna uma extensão do país”, afirmou Jorginho, buscando ampliar essas conexões comerciais.

A importância do turismo e dos laços culturais

Florianópolis, conhecida por suas belezas naturais, foi classificada como o destino brasileiro mais procurado por argentinos para o verão de 2025 segundo a plataforma Booking.com. O relacionamento cultural e turístico entre Brasil e Argentina é um dos focos da nova agenda dos governadores, que buscam não apenas atrair turistas, mas também fomentar negócios transfronteiriços.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, também se alinha a essa nova abordagem, utilizando a figura de Milei para criticar a administração atual de Lula. “Outras nações sentaram à mesa, mas o Brasil se isolou”, disse Caiado, reforçando a ideia de que o governo brasileiro não tem atuado da maneira necessária para proteger o país em um contexto internacional cada vez mais desafiador.

A relação complicada com Trump

O retorno das políticas de corte do governo Milei à tona gerou embaraços para alguns dos governadores, como Caiado, que no passado celebraram a vitória de Trump durante sua campanha. Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest indica que 71% da população acredita que o presidente americano está errado em suas ações contra o Brasil, forçando os governadores a uma reflexão sobre suas alianças políticas.

O cientista político Leandro Consentino destacou a dificuldade enfrentada por esses governadores: “Eles agora precisam equilibrar os pratos, por terem que atuar com responsabilidade com seus próprios estados e redutos eleitorais”. Isso se intensifica no estado de São Paulo, onde o governador Tarcísio de Freitas também se vê pressionado a manter uma imagem de alinhamento com o ideário conservador propugnado por Bolsonaro, ao mesmo tempo que precisa atender às demandas de um setor produtivo afetado pelo tarifaço.

A postura inovadora de Milei

O governador de São Paulo comentou sobre as medidas drásticas de Milei, declarando: “Se você me perguntasse há um ano se seria possível ele cortar 5% do PIB de gasto público em um ano, eu diria que não é possível, mas foi”. Essa visão de eficiência econômica e pragmatismo é o que tem atraído tantos olhares para a Nova Argentina dos conservadores.

Além de Tarcísio, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também elogiou a postura de Milei, defendendo cortes de gastos no Brasil como uma solução necessária para os desafios econômicos que o país enfrenta atualmente. Esse movimento sinaliza um alinhamento ideológico claro entre os conservadores brasileiros e o novo governo argentino, proporcionando um espaço de troca de experiências e aprendizados.

Enquanto o Brasil navega por essas novas parcerias e referências políticas, a figura de Javier Milei se estabelece como um contraponto ao governo Lula e às práticas anteriormente adotadas pelos líderes brasileiros que buscavam aproximação com a política americana. A evolução desse relacionamento entre governadores brasileiros e o governo argentino será uma tendência a ser observada nos próximos meses, à medida que se aproximam as eleições de 2026.

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