Brasil, 24 de agosto de 2025
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Eduardo Bolsonaro articula sanções à Moraes com aliados da extrema-direita

Após sanções dos EUA, deputado busca apoio europeu contra o ministro Alexandre de Moraes do STF.

Após a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo governo dos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está atuando para promover mais sanções na Europa contra o magistrado. Ele está unindo forças com uma rede de políticos conservadores de países como Polônia, Finlândia, Portugal, França, Grécia e Espanha, que estão ligados a movimentos de extrema-direita. Este grupo representa um desdobramento das pautas do bolsonarismo, apresentando críticas à regulamentação das redes sociais e posicionamentos contrários às políticas pro-LGBT, enquanto também se adapta para abordar novos temas, como a imigração.

A estratégia da viagem à Europa

De acordo com os planos de Eduardo, uma viagem ao continente europeu está agendada para o próximo mês. Em uma entrevista ao Metrópoles há duas semanas, Paulo Figueiredo, um dos aliados mais próximos de Eduardo nos EUA, mencionou que ambos têm a intenção de desembarcar na Europa em 12 de setembro. Essa data coincide com a sessão final do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcada pelo STF. Em eventos anteriores, Figueiredo já havia comentado que eles planejam visitar o Parlamento Europeu para “intensificar a pressão internacional” em prol das sanções.

A ofensiva de Eduardo e Figueiredo já ganhou força nas semanas recentes, sendo realizada por meio do envio de um pedido de sanções contra Moraes, com assinatura de 16 deputados europeus. A iniciativa foi anunciada em um post no X pelo deputado polonês Dominik Tarczynski, que expressou que a União Europeia não deve permanecer inativa à medida que Moraes supostamente utiliza o sistema judiciário brasileiro como uma ferramenta contra seus adversários políticos, violando os direitos humanos do povo brasileiro no processo. Essa declaração foi compartilhada por Eduardo, que elogiou Tarczynski pela ajuda em impedir o que ele chamou de “vírus” de censura introduzido pelo STF no Brasil.

Consequências legais e apoio internacional

Recentemente, tanto Eduardo quanto Jair Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal por coação, em virtude das ações do deputado brasileiro nos Estados Unidos. Os crimes atribuídos incluem obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito. O grupo europeu que apoia as sanções a Moraes inclui figuras que têm se posicionado ativamente contra o magistrado, como o deputado Jorge Martín Frias da Espanha, ligado ao partido de extrema-direita Vox, e o finlandês Sebastian Tynkkynen, que critica restrições na legislação europeia sobre redes sociais.

Além disso, outros membros deste grupo conservador são a francesa Virginie Joron, do partido de Marine Le Pen, que defende indenizações para vítimas de reações adversas a vacinas, e a deputada grega Afroditi Latinopoulou, que expressa apoio ao “respeito pela neutralidade nas escolas”, criticando símbolos LGBT nas instituições europeias.

Colaboração com a extrema-direita européia

A colaboração de Eduardo Bolsonaro com políticos de extrema-direita na Europa vai ao encontro da crescente polarização política global. As interações nas redes sociais entre Eduardo e seus aliados europeus refletem uma rede transnacional que está se formando em torno de ideais comuns, abrangendo não apenas o Brasil, mas uma série de outros países. Políticos como Tarczynski e Correa têm expressado apoio à agenda conservadora, visando fortalecer a oposição às políticas progressistas não apenas na Europa, mas também nas Américas.

Em um contexto mais amplo, essa estratégia pode estar relacionada a uma tentativa de unificar forças conservadoras em diversos países, com o intuito de reverter políticas que consideram problemáticas e promover uma visão de mundo mais alinhada ao conservadorismo. A votação próxima no Parlamento Europeu sobre as sanções poderá ser um divisor de águas na forma como os políticos brasileiros e europeus se relacionam e interagem em um cenário político global cada vez mais interconectado.

O desenrolar desses eventos sugere que Eduardo Bolsonaro e seus aliados estão determinados a expandir sua influência internacional, especialmente diante dos desafios legais que enfrentam no Brasil. Com isso, eles esperam que a pressão ao ministro Moraes possa trazer resultados favoráveis em seu favor ao criar um cenário favorável para suas agendas políticas em um contexto legislativo europeu.

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