Após afirmar que planeja enviar tropas da Guarda Nacional para Chicago, Donald Trump tem causado forte reação de líderes e comunidades locais. A declaração veio durante uma conversa com o vice-presidente JD Vance, na qual Trump afirmou que o município está em estado de caos e que sua equipe planeja atuar na cidade após ações em Washington, DC.
Trump e a ameaça de intervenção em Chicago
Segundo Trump, “Chicago é uma bagunça” e que, após a ação em Washington, o próximo foco será a “cidade do seu próximo”. Ele afirmou ainda que recebeu pedidos de habitantes locais — especialmente mulheres negras — pedindo sua presença na cidade, alegando que “estão implorando por nossa assistência”.
“Depois de fazermos isso, iremos a outro local e faremos o mesmo para garantir a segurança”, declarou Trump. Sua fala gerou ampla repercussão, com mais de 1,2 milhão de visualizações nas redes sociais.
Reações e críticas das comunidades negras
Diversos líderes e cidadãos de Chicago reagiram duramente à ameaça. A vice-governadora de Illinois, Juliana Stratton, criticou a proposta: “Chicago não se curva a reis nem abre as portas para ditadores. Como mulher negra do South Side, posso garantir que seu circo político não é bem-vindo aqui”.
Outros internautas, sobretudo mulheres negras, expressaram repúdio às declarações de Trump. Uma pessoa escreveu, “Eu, uma mulher negra de Chicago, digo que nada disso foi dito por mim. Fica longe, Trump.”
Um grande número de análises apontam que a maioria dos eleitores negros — especialmente mulheres negras — rejeitou fortemente Trump nas últimas eleições presidenciais. Uma fonte destacou: “A parcela que mais o odeia é justamente as mulheres negras, que consistentemente o rejeitam. Ele tenta nos atacar, mas nossa resistência é forte.”
Contexto e possíveis desdobramentos
Especialistas indicam que a ameaça de intervenção militar, se concretizada, pode aumentar a tensão na cidade, que já enfrenta altos índices de criminalidade. Líderes comunitários defendem que soluções políticas e sociais são as únicas alternativas eficientes para a segurança e a estabilidade, condenando qualquer tipo de atuação militar como medidas autoritárias.
Até o momento, o governo federal não confirmou planos de envio de tropas, e a população local mantém suas manifestações contrárias às declarações de Trump, reforçando a resistência a qualquer tentativa de intervenção coercitiva na cidade.