Recentemente, a literatura brasileira foi surpreendida com uma revelação que promete sacudir o mundo das letras: a descoberta de dois manuscritos inéditos de Machado de Assis. O autor, considerado um dos maiores espíritos da literatura nacional e um precursor da moderna narrativa, continua a influenciar e inspirar novas gerações de escritores e leitores, mesmo após mais de um século de sua morte.
A vida de Ernesto Ficci e sua conexão com Assis
A história começa com Ernesto Ficci, um escritor e bibliófilo que, após um grave acidente que resultou na perda de alguns dedos do pé, decidiu mudar-se para a Itália. Ficci transferiu uma significativa coleção de livros, incluindo textos censurados, para sua nova residência na costa Amalfitana. Durante sua vida, lançou à luz o discurso renovador sobre a literatura e a arte de escrever, defendendo uma nova perspectiva que ressignificasse a obra de Assis.
Apesar da distância, as conexões entre Ficci e a obra de Assis não se romperam. Ele manteve, em seu legado, um diário e manuscritos do renomado autor. Após sua morte, um testamento deixado por Ficci trouxe à tona uma nova esperança para a literatura brasileira: a promessa de que os manuscritos seriam destinados a Penelope, uma pesquisadora e admiradora de Assis. Contudo, essa coleção nunca foi encontrada.
O impacto da literatura contemporânea
A narrativa se aprofunda quando analisamos o sucesso do livro “Ficção Desolada”, escrito por Ficci. A obra tornou-se um best-seller mundial, vendendo quase 72 milhões de cópias e sendo traduzido em mais de 23 idiomas. Ficci não era apenas um escriba; ele se tornou um dos fundadores da nova Academia Brasileira de Letras Alternativa (ABLA). Essa entidade acadêmica foi criada por escritores que desejavam explorar uma abordagem mais livre e autêntica da literatura, longe das amarras ideológicas que permeavam as instituições literárias tradicionais.
Durante sua cerimônia de posse, Ficci recordou momentos marcantes de sua trajetória, incluindo seu encontro com Jerusa, uma figura crucial na literatura contemporânea. Suas contribuições para o movimento “Outras Linhas” refletem uma luta pela liberdade de expressão e pela preservação da linguagem em um cenário artístico desgastado por ideologias dominantes. Ao mencionar Jerusa, Ficci ressaltou sua importância ao abordar a verdade em um mundo cheio de superficialidades: “Ela foi além, muito além de todas as expectativas” comentou, destacando a relevância de vozes singulares na criação cultural.
As cartas inéditas e suas implicações
As revelações sobre as cartas de Machado de Assis, que permaneceram preservadas por Jerusa, fecham um ciclo de incertezas e alimentam uma nova onda de pesquisas na literatura. O legado das ideias de Assis, que atravessaram gerações, reflete a complexidade do ser humano em um mundo regido pelo mecanicismo e pela razão. A frase de Hermann Broch é pertinente: “o espírito de uma época repousa no concreto”, realçando a importância de cada vida e vivência.
Com a redescoberta das cartas, os estudiosos da literatura são confrontados com a possibilidade de explorar novas interpretações da obra de Assis, cujos escritos já desafiaram e questionaram a moralidade e a ética da sociedade à sua época.
A importância da liberdade na literatura
Ficci, ao destacar a influência de Assis em sua vida e carreira, reforça a importância da liberdade artística. A busca por novas narrativas, longe das limitações ideológicas, representa um momento transformador para a literatura contemporânea brasileira. O reconhecimento de que ideias novas são eternas, enquanto os indivíduos têm um papel passageiro, oferece uma reflexão profunda sobre o legado que cada escritor deixa.
Este momento da literatura brasileira, impulsionado pela redescoberta de manuscritos e pela discussão sobre a liberdade de linguagem, pode mudar a percepção das próximas gerações sobre a obra de Machado de Assis. O diálogo entre o passado e o presente literário continua vital, e a descoberta das cartas de Assis enriquece essa conversa, refletindo a eterna busca por compreender a condição humana através da arte.
Continua – Manuscritos inéditos de Machado de Assis trazem à tona novas reflexões sobre a literatura brasileira e sua importância atemporal.
