A guerra na Ucrânia trouxe não apenas destruição e dor, mas também uma triste realidade que afeta diretamente a infância de milhões de crianças. Em um relato chocante, o jornal Daily Express destaca a devastadora situação de 1,6 milhão de crianças ucranianas que foram separadas de suas famílias sob a ocupação russa. A denúncia vem em um momento crítico, onde se faz urgente um clamor por intervenção internacional e proteção à infância.
Apelo por ação diante de uma tragédia humanitária
As forças de Vladimir Putin não apenas invadiram terras, mas parecem estar engajadas em uma estratégia mais sombria: o sequestro e a manipulação de crianças. De acordo com relatos de ativistas, muitos desses jovens têm sido submetidos a programas de “reeducação”, que têm como objetivo apagar sua identidade nacional e prepará-los para sustentar o esforço militar da Rússia.
Mykola Kuleba, fundador da organização Save Ukraine, afirma que as crianças têm vivenciado uma realidade desoladora. “A Rússia sequestrou 1,6 milhão de crianças; suas vidas foram roubadas na ocupação. Elas não têm direitos ou liberdade”, disse ele ao Daily Express. Os relatos de crianças resgatadas são ainda mais alarmantes, com menções a abusos físicos e psicológicos, além da privação de educação e contato com a família.
Indoctrinação e violência
As crianças, muitas delas orfãs ou pertencentes a famílias vulneráveis, estão sendo forcadas sob condições desumanas. Meninas de apenas 15 anos foram atraídas para campings de férias, apenas para serem forçadas a atividades perigosas, como a montagem de minas terrestres. Os meninos, por sua vez, enfrentam punições severas se forem pegos falando ucraniano.
Kuleba adverte que o uso de crianças como moeda de troca por parte da Rússia pode criar um precedente catastrófico. “Crianças não podem ser usadas como peças em um tabuleiro de xadrez. Barganhar com o futuro de uma criança incentiva outros estados marginais a fazer o mesmo”, afirmou.
A magnitude da crise
Estudos, como o realizado pela Universidade de Yale, indicam que a Rússia sequestrou mais de 35 mil crianças na última década. Contudo, desde a invasão em larga escala em 2022, essa cifra saltou para 1,6 milhão de jovens. Muitos deles foram enviados para pelo menos 56 locais específicos, com 13 em Belarus e 43 na Rússia ou em território ucraniano ocupado.
O relatório menciona que crianças portadoras de deficiência e aquelas de famílias de baixa renda são especialmente vulneráveis a esses sequestros. Além disso, casos de abuso físico e psicológico foram reportados, e as crianças estão sendo privadas de cuidados médicos adequados e alimentação.
Resgate e apoio às vítimas
A organização Save Ukraine, criada após a anexação da Crimeia em 2014, ampliou seu foco durante a invasão em larga escala, trabalhando ativamente para resgatar crianças sequestradas e apoiar suas famílias traumatizadas. Desde o início deste trabalho, a organização já conseguiu o retorno de 793 crianças.
Essas crianças estão sendo acolhidas em centros chamados “Esperança e Cura”, onde as famílias podem permanecer por até três meses, recebendo abrigo, apoio psicológico e ajuda humanitária. Apesar dos esforços, os números oficiais não refletem a totalidade da tragédia, pois muitos jovens ainda permanecem em áreas ocupadas e sem contato com o mundo exterior.
Um chamado à ação internacional
A comunidade internacional parece, até agora, concentrar-se más nas disputas territoriais do que nos graves problemas humanitários decorrentes do conflito. No entanto, vozes de líderes como o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky têm se levantado em campanhas de conscientização e resgate das crianças.
Além disso, uma marcha de apoio às crianças da Ucrânia ocorreu em Londres, organizada por um coletivo conhecido como Campanha de Solidariedade à Ucrânia. Recentemente, até mesmo a primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, enviou uma carta a Putin implorando por compaixão às crianças, afirmando que protegê-las é um serviço à humanidade.
Próximos passos e esperança
Embora o assunto tenha sido levantado em cúpulas de alto nível, incluindo a última entre Putin e Donald Trump, ações tangíveis ainda são necessárias. Como a crise continua, a necessidade de resgatar e proteger essas crianças se torna cada vez mais urgente.
Há um caminho a percorrer, mas cada pequena vitória na luta por seus direitos e segurança representa uma esperança para milhões. O mundo deve unir-se para garantir que a infância de um novo futuro não seja moldada pela guerra, mas pela paz e pela dignidade humana.
Para mais informações ou para ajudar as crianças ucranianas a reconstruírem suas vidas, acesse: saveukraineua.org.
As crianças são o futuro de uma nação. É vital que não esquecemos isso enquanto lutamos pela paz e justiça.