Recentes confrontos entre as forças armadas de Israel e os rebeldes Houthis do Iémen resultaram em um uso notável de tecnologia militar, destacando a complexidade e a gravidade da situação no Oriente Médio. O Exército de Defesa de Israel (IDF) informou que as instalações atingidas eram utilizadas pelos Houthis para operações militares, incluindo o lançamento de mísseis e drones em direção a Israel nos últimos dias.
Operações militares em resposta a ataques
Segundo o IDF, os ataques à infraestrutura civil no Iémen se deram em retaliação aos perigos que os Houthis, supostamente sob direção e financiamento iranianos, representam para a segurança de Israel e as rotas comerciais globais. O IDF se comprometeu a continuar atacando alvos Houthi como resposta a qualquer ameaça percorrida contra civis israelenses.
Na noite de sexta-feira, um ataque com mísseis marcou a primeira utilização conhecida de munições cluster pelos Houthis contra território israelense. De acordo com investigações preliminares da Força Aérea de Israel, o míssil disparado do Iémen carregava um ogiva de submunição e atingiu uma residência na comunidade de Ginaton, situada no centro de Israel. Apesar de causar danos materiais, não houve feridos, com uma mulher idosa se protegendo em um cômodo fortificado.
A resposta de Israel e a escalada do conflito
O IDF relatou que o míssil “provavelmente se desintegrou no ar”, e enfatizou que várias tentativas de interceptação foram realizadas, mas não conseguiu evitar o ataque devido a características específicas do míssil. “Nossos sistemas de defesa aérea são capazes de interceptar tais mísseis, como já demonstrado anteriormente”, afirmou o exército.
Após essa constatação, Israel intensificou os ataques a diversos alvos no Iémen, atingindo bases de mísseis nas imediações da capital Sana’a e próximos ao palácio presidencial. Relatos da mídia árabe indicam que esses ataques foram direcionados a bases de lançamento de mísseis, com testemunhas citando múltiplos ataques aéreos na cidade.
Além disso, autoridades de defesa israelenses estão investigando se o míssil disparado continha componentes de cluster, semelhante aos utilizados por Irã em conflitos anteriores. Munições cluster dispersam explosivos em áreas amplas e podem representar riscos a longo prazo, especialmente se houver restos não detonados no solo.
Reações e novos desenvolvimentos
Depois do ataque de sexta-feira, um porta-voz dos Houthis, Nasruddin Amer, divulgou um vídeo que afirma ser a filmagem do míssil se desintegrando no ar, desafiando a narrativa israelense sobre a intercetação bem-sucedida. Uma fonte de segurança iemenita, alinhada ao governo reconhecido internacionalmente, confirmou que o míssil era, de fato, um armamento do tipo cluster lançado pelos Houthis da província de Saada.
Yahya Saree, porta-voz militar dos Houthis, reivindicou mais tarde a responsabilidade pelo ataque, alegando que usaram um míssil balístico hipersônico denominado “Palestina 2”, afirmando que o alvo foi o Aeroporto Ben Gurion, em Israel.
A alerta de míssil foi acionada às 20h59, horário local. Apesar dos danos significativos à propriedade, ninguém ficou ferido. Ilana Hatoumi, residente da casa atingida, tranquilizou o público, dizendo: “Estamos bem, é apenas um dano material.” Sua filha, Shira, destacou a importância da ação rápida: “Felizmente, ela ouviu a sirene e se refugiou. Tivemos sorte.”
A escalada do conflito e o uso de novas táticas militares permitem um olhar profundo sobre as complexidades das relações no Oriente Médio, colocando em evidência o impacto humanitário desses conflitos sobre os civis.