Brasil, 23 de agosto de 2025
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Violência contra mulher: como pedir ajuda

A violência contra a mulher continua a ser uma triste realidade em muitas regiões do Brasil. Em meio à campanha “Agosto Lilás”, que visa conscientizar a população sobre a violência doméstica, o relato da professora Samara Melão, de 43 anos, destaca a urgência de discutir e orientar sobre o tema. Moradora de Teresina (PI), Samara enfrentou uma série de agressões do ex-companheiro por mais de dois anos, vivenciando um ciclo de abusos que impactou profundamente sua vida.

A história de Samara Melão

Samara Melão teve sua vida marcada por agressões físicas e verbais após o término de seu relacionamento abusivo. Em 2019, após solicitar a separação, seu ex-companheiro incendiou sua casa, um ato que simboliza a escalada da violência que ela suportou. “Jamais esquecerei dos socos na parede, das palavras depreciativas e do medo constante”, relembra Samara. Embora já tenha se passado mais de cinco anos desde o término do relacionamento, ela ainda vive sob uma medida protetiva contra o ex-companheiro e enfrenta batalhas judiciais relacionadas à pensão alimentícia e guarda do filho, que hoje tem apenas 6 anos.

O ciclo de violência

O relato de Samara é um exemplo claro do ciclo de violência doméstica, que frequentemente começa com agressões psicológicas. Ela menciona que o controle sobre seu vestuário foi uma das primeiras manifestações do abuso: “Ele disse que ‘mulher minha não usa roupa assim’, referindo-se a uma saia que eu costumava usar”. Esse ciclo se intensificou, levando a agressões físicas, mesmo quando Samara estava grávida.

O impacto psicológico da violência foi devastador. “Sinto medo de pegar um carro por aplicativo e me deparar com um amigo dele. Meu estado de alerta nunca diminui”, desabafa Samara. Essa situação reflete a realidade de muitas mulheres que, após passar por experiências traumáticas, lutam para reconstruir suas vidas.

Reações e apoio psicológico

Atualmente, Samara vive com sua mãe e tem buscado apoio psicológico para superar os traumas do passado. “Hoje, faço terapia e tomo medicação indicada por um psiquiatra. Meu filho é minha força diária”, compartilha. Além de conseguir voltar a estudar, ela enfatiza a importância de compartilhar sua história para encorajar outras mulheres a denunciarem abusos. “Não tenham medo de denunciar. O que vivi não deve ser a norma. Vocês merecem uma vida sem violência”, recomenda.

A campanha “Agosto Lilás”

Em homenagem à Lei Maria da Penha, que completa 17 anos em 2023, a campanha “Agosto Lilás” promove ações educativas e de conscientização sobre os direitos das mulheres e o combate à violência. A Secretaria da Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) também lançou a cartilha “Você Denuncia, O Estado Acolhe”, oferecendo informações sobre como agir em casos de violência, além de apresentar canais de denúncia.

Como denunciar

Para quem enfrenta situações de violência doméstica, há várias formas de buscar ajuda. Durante uma ocorrência em andamento, a recomendação é acionar o 190, da Polícia Militar do Piauí. Caso a violência já tenha ocorrido, as vítimas podem utilizar os seguintes canais:

  • Ligar para o número 180, da Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal.
  • Acionar o “Ei, mermã! Não se cale!”, protocolo de atendimento emergencial via WhatsApp 0800-000-1673.
  • Contactar a Secretaria da Mulher pelo número (86) 9 99432-6900.
  • Buscar apoio nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras e Creas) ou Delegacias de Polícia.
  • Registrar uma ocorrência e solicitar medida protetiva pela Delegacia Online.

Conclusão

A experiência de Samara Melão e a campanha “Agosto Lilás” são um lembrete poderoso da importância de reconhecer, prevenir e agir contra a violência de gênero. A solidariedade e a informação são essenciais para que mais mulheres encontrem coragem para denunciar e busquem a ajuda necessária, garantindo um futuro sem violência e com dignidade.

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