Brasil, 23 de agosto de 2025
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Supporter de Trump compartilha arrependimentos após ser detido por imigração

Homem da Califórnia, que votou em Trump, agora se arrepende e denuncia racismo na abordagem da Patrulha de Fronteira

Um homem da Califórnia, que afirmou ter sido detido pela Patrulha de Fronteira durante uma operação em junho, compartilhou nesta segunda-feira seu arrependimento por ter votado em Donald Trump na última eleição presidencial. Gavidia acredita ter sido alvo de racial profiling durante a abordagem, apesar de ser cidadão americano.

Voto em Trump e a experiência traumática de Gavidia

Jason Brian Gavidia, que afirma ter sido raciamente profiling, disse ao canal KNBC que se sente culpado por seu voto e reconhece que foi uma decisão equivocada ao acreditar nas promessas de “mentiras” feitas pelo ex-presidente. “Eu sou americano, cara”, afirmou em vídeo divulgado na ocasião, dizendo que cada vez que revê o vídeo, sente uma memória ruim se formando na sua mente.

Ele conta que foi abordado por agentes em uma abordagem indiscriminada, justamente por sua aparência, enquanto caminhava na rua. O vídeo mostrado pelo Los Angeles Times mostra os agentes pressionando Gavidia contra uma cerca de metal, enquanto um deles questiona: “Em qual hospital você nasceu?”. Gavidia responde que não sabe, e se oferece para mostrar sua documentação.

Recursos legais e denúncias de racismo na operação

Gavidia faz parte de cinco pessoas representadas em uma ação coletiva movida pela ACLU na Califórnia, que acusa a administração Trump de racismo e perfilamento religioso nas operações de imigração. A ação sustenta que as ações policiais muitas vezes visam desproporcionalmente pessoas negras e latinas, com base na aparência.

Apesar de ter sido liberado após a abordagem, Gavidia afirma estar traumatizado. A denúncia aponta que os agentes, durante o procedimento, torceram seu braço e apreenderam seu telefone, além de, supostamente, invadirem sua privacidade ao seu questionar seu local de nascimento.

Contradições nas declarações oficiais

Na época, a secretária-adjunta de Segurança Nacional, Tricia McLaughlin, fez declarações confusas ao afirmar inicialmente que Gavidia havia sido “preso” por agressão a agentes, o que posteriormente ela admitiu não ter ocorrido. Em uma nova manifestação, ao HuffPost, McLaughlin alegou que ele foi “preso por agressão a um policial e por interferência nas operações”, o que também gerou dúvidas.

Gavidia, por sua vez, insiste que a sua intenção não foi prejudicar ou destruir a comunidade, mas expressa sua dor ao vivenciar o episódio. “Se fosse algo que fosse acontecer, vocês acham que votaríamos? Somos humanos,” afirmou.

Impacto e perspectivas futuras

Este caso faz parte de uma série de ações judiciais contra as operações de imigração do governo Trump, que, em junho, tiveram limitação de abordagem autorizada por uma decisão judicial federal. Entretanto, o governo apresentou recurso na Suprema Corte para reverter essas restrições, deixando a questão em aberto.

Especialistas indicam que casos como o de Gavidia evidenciam os riscos de políticas que, mesmo sob pretextos de segurança, podem gerar violações dos direitos civis e raciais.

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