Em uma poderosa carta aberta, doze sobreviventes do Holocausto e judeus que conseguiram escapar dos nazistas expressaram sua profunda preocupação com a situação crítica que civis em Gaza estão enfrentando. A declaração da fome, feita pela classificação da fase de segurança alimentar integrada da ONU, chamou a atenção para a devastadora crise humanitária que se agrava na região. Os sobreviventes pedem um urgente socorro humanitário para os necessitados, especialmente para crianças, que já estão pagando o preço da escassez alimentar.
A situação crítica em Gaza
O alerta sobre a fome em Gaza ocorre após quase dois anos de intensos bombardeios que deixaram a região em ruínas. As condições de vida para os palestinos se deterioraram drasticamente, com relatos de mortes associadas à desnutrição. Os sobreviventes do Holocausto, com suas experiências históricas de privação e sofrimento, reconhecem a urgência da situação e pedem uma resposta imediata.
“Como sobreviventes do Holocausto, não podemos permanecer em silêncio enquanto a fome e a privação ameaçam vidas em Gaza”, afirmaram os signatários em sua carta. Eles enfatizam que, embora reconheçam o direito de Israel de se defender, tal defesa não pode levar à morte lenta de crianças palestinas devido à falta de alimentos.
As crianças são os mais afetados, e muitos já faleceram por causas relacionadas à desnutrição. A situação é particularmente alarmante, considerando que a Organização Mundial da Saúde e outras organizações estão lutando para ajudar a população mais vulnerável.
A carta aberta dos sobreviventes do Holocausto
Na carta, os que assinaram fazem uma declaração contundente: “Condenamos o Hamas por seus objetivos genocidas e por usar civis como escudos, mas também alertamos que a raiva não deve nos levar a desumanizar aqueles que tememos.” Essa empatia é essencial para prevenir que a história se repita, sublinharam os sobreviventes. Eles fazem um apelo por compaixão e por ações urgentes, ressaltando que “cada vida humana – judaica, palestina ou de qualquer outra origem – tem valor igual.”
Os sobreviventes do Holocausto fazem um chamado à comunidade internacional e ao governo israelense, pedindo que se assegurem da entrada de ajuda humanitária suficiente para evitar uma catástrofe completa em Gaza. A carta destaca a importância de agir rapidamente para proporcionar alimentos, água e medicamentos a quem mais precisa.
A luta pela dignidade humana
Os sobreviventes compartilham suas experiências com fome e privação, recordando as consequências devastadoras que essas condições têm sobre a saúde e o bem-estar das crianças e dos idosos. Eles pedem a todos com poder de ajudar que se mobilizem para prevenir a fome e proteger a população civil em Gaza.
“Sabemos muito bem o que é sentir fome, observar a juventude se tornar fraca e ver os vizinhos definhar”, declarou um dos sobreviventes. Eles concluíram suas declarações reforçando a importância do Tikkun Olam, o princípio judaico de consertar o mundo, numa tentativa de aliviar o sofrimento de todos os afetados.
Os signatários da carta
A carta foi assinada por doze notáveis sobreviventes, que trazem consigo histórias pessoais de luta e resiliência. Entre eles, estão Eva Clarke, que nasceu em um campo de concentração, e Joan Salter, que escapou da Europa ocupada pelos nazistas durante a infância. Cada um deles representa não apenas uma voz, mas um testemunho vivo da necessidade de compaixão e humanidade, mesmo em face da adversidade. A lista de signatários inclui:
- Eva Clarke BEM
- Hanneke Dye
- Hedi Argent MBE
- Janine Webber BEM
- Joan Salter MBE
- Manfred Dessau
- Ruth Barnett MBE
- Simon Winston BEM
- Steven Frank BEM
- Peter Briess
- Yehudit David
- Ruth Shire
Mediante esta realidade devastadora, os sobreviventes não apenas compartilham seu apelo, mas também reafirmam o valor da vida humana em um mundo que enfrenta um desafio tão grande quanto a fome e a guerra. É um lembrete claro de que a compaixão não deve ter limites e que a ação deve ser tomada para salvar vidas.