A deputada estadual democrata Nicole Collier permanece na Casa do Texas após recusar uma escolta policial ordenada pelos republicanos. Collier passou a noite no plenário do Legislativo, em meio a uma controvérsia que acendeu debates sobre autoritarismo e direitos políticos no estado.
Protesto contra a redistritagem e a abordagem policial
Após a volta dos democratas ao Texas, o presidente da Câmara, Dustin Burrows, anunciou que deputados com mandados de prisão emitidos durante sua ausência só poderiam sair do prédio com a autorização escrita, concordando em ser entregues à custódia de um policial do Departamento de Segurança Pública (DPS).
Collier, contudo, recusou a escolta e decidiu permanecer na Câmara, o que gerou reações distintas na opinião pública. Em nota ao Fort Worth Report, ela afirmou: “Não sei por quanto tempo ficarei aqui. Em vez de policiais procurando por criminosos sexuais, eles têm sido designados para seguir deputados democratas apenas para garantir seu retorno ao plenário na quarta-feira”.
Reação e repercussões
Segundo o republicano Charlie Geren, Collier pode permanecer na sala ou em seu escritório, mas não está autorizada a sair do prédio. Ela é a única democrata que recusou a escolta policial, embora outros deputados tenham visitado a colega na Câmara.
Nas redes sociais, a situação tem gerado controvérsia. Uma pessoa escreveu: “Eles mantêm uma parlamentar eleita oficialmente trancada na Câmara do Texas porque ela recusou a polícia de aluguel dos republicanos.” Já a deputada Jasmine Crockett classificou o episódio como “ultrajante” e comparou com táticas do passado político, dizendo: “Isso é um jogral do Jim Crow”. Alguns internautas chegaram a usar termos como “sequestro” e “autoritarismo”.
Por outro lado, há quem apoie Collier e a veja como alguém que defende direitos democráticos. Uma usuária afirmou: “Nem todos os heróis usam capa. Alguns usam boné”.
Implicações e próximos passos
Ao retornarem ao Texas, Collier e demais democratas continuam em uma situação delicada. A decisão de negar a escolta enfatiza o conflito entre o Legislativo e o Executivo estadual, com debates acirrados sobre o uso da força e a autonomia dos parlamentares. A controvérsia reforça a polarização que marca a política texana atualmente.
Espera-se que o episódio estimule discussões sobre os limites das ações do governo e a importância de garantir o respeito às instituições democráticas no estado. Enquanto isso, Collier permanece na Câmara, desafiando ordens contrárias às suas convicções políticas.