A cidade de L’Aquila é palco da 731ª edição do Perdão Celestino, uma tradição que remonta ao século XIII e foi instituída pelo Papa Celestino V em 1294. O evento, que se estenderá até o dia 30 de agosto, inclui uma série de celebrações religiosas e culturais, com ênfase na importância do perdão e da paz em tempos desafiadores.
A inauguração da Porta Santa
No dia 28 de agosto, o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, terá a honra de abrir a Porta Santa da Basílica de Santa Maria de Collemaggio, dando início oficial às cerimônias. Este momento simbólico será acompanhado por uma série de eventos que celebram a história e a relevância dessa indulgência, que concede aos fiéis a chance de obter perdão pleno ao atravessar a porta após uma confissão sincera.
Os temas da edição deste ano
O tema central do congresso teológico-pastoral deste ano é “O caminho da vida cristã em um entrelaçamento de esperança e paciência. Celestino V e a cultura do perdão”, que fundamenta as reflexões sobre a importância da peregrinação e do perdão nas relações humanas e com Deus. O Padre Daniele Pinton, reitor do Instituto Superior de Ciências Religiosas ‘Fides et Ratio’, ressalta que o título foi inspirado na bula do Jubileu promulgada pelo Papa Francisco, que destaca a caminhada dos peregrinos como um caminho de crescimento espiritual e de reconexão com a fé.
Perdão como caminho para a paz
Durante a Audiência Geral do dia 20 de agosto, o Papa Leão XIV afirmou que “não pode haver paz sem perdão”, reforçando a relevância da ligação entre esses dois conceitos. Este pensamento se alinha com a história do Perdão Celestino, que busca proporcionar não apenas um alívio espiritual, mas também uma cultura de paz e reconciliação em um mundo marcado por conflitos. A Igreja de L’Aquila, ao longo dos últimos anos, tem trabalhado para associar o perdão ao conceito de paz, especialmente considerando os desafios sociais enfrentados atualmente.
A experiência do perdão
O Padre Pinton também discorre sobre a importância do perdão em nível pessoal, enfatizando que aceitar ser perdoado pode ser tão desafiador quanto perdoar. Ele aponta que essa aceitação exige um profundo trabalho interior e coragem. “Acolher o perdão de outra pessoa significa iniciar um percurso pessoal que nos transforma”, afirma. E essa transformação é uma das esperanças que o Perdão Celestino pretende trazer aos seus participantes.
Programação da celebração
Na noite de sábado, 23 de agosto, será aceso o Tripé da Paz na Praça do Palazzo de L’Aquila, um ato que simboliza os valores universais de paz e reconciliação. O “Fuoco del Morrone”, que provém do Eremitério de Sant’Onofrio, marca o início das festividades, conectando o evento atual com a longa história de busca pela paz através do perdão. Além da cerimônia de abertura da Porta Santa, o centro histórico de L’Aquila será animado por uma apresentação com figurantes em trajes medievais, relembrando a origem do Perdão Celestino.
Encerramento das celebrações
As festividades culminarão no dia 29 de agosto, quando a Porta Santa será fechada pelo Arcebispo Metropolitano de L’Aquila, Dom Antonio D’Angelo. Este momento de encerramento simboliza não apenas o fechamento de uma edição do Perdão Celestino, mas também o convite a todos os fiéis a refletirem sobre o significado do perdão e da paz em suas vidas diárias.
O Perdão Celestino é um lembrete poderoso da capacidade humana de buscar o perdão e cultivar a paz em um mundo muitas vezes tumultuado. Este evento não só celebra a tradição, mas oferece um espaço para renovação espiritual e social, ressaltando a relevância contínua desses temas em nossas comunidades.
