Brasil, 23 de agosto de 2025
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Oposição muda estratégia e foca na PEC das Prerrogativas

A oposição na Câmara dos Deputados altera sua tática e busca avançar na PEC das Prerrogativas, em vez da extinção do foro especial.

A política brasileira tem sido marcada por constantes debates e estratégias de um lado e do outro. No atual cenário, a oposição enfrenta dificuldades em pautar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 333/2017, que se propõe a eliminar o foro especial em casos de crimes comuns. Com isso, surge uma nova abordagem: a tentativa de avançar a PEC 3/2021, popularmente conhecida como PEC das Prerrogativas, que visa proteger os parlamentares de investigações criminais sem a autorização do Congresso.

A PEC das Prerrogativas em foco

Apresentada pelo deputado Celso Sabino (União-PA), atual ministro do Turismo, a PEC das Prerrogativas oferece uma proteção adicional aos parlamentares, estabelecendo que nenhuma investigação criminal possa ser iniciada sem uma autorização prévia do próprio Congresso. Este projeto de lei já esteve em pauta no plenário em 2021, mas foi adiado e permanece sem votação até o momento.

Oposição se reconfigura

A ala bolsonarista da Câmara, que inicialmente tinha interesse na aprovação da PEC que extingue o foro especial, viu a necessidade de mudar sua estratégia. Com a dificuldade de colocar a votação em pauta, agora passou a apoiar a PEC das Prerrogativas. Essa proposta reforça o desejo de impor uma ‘blindagem’ maior aos parlamentares, já que as investigações só poderão ser iniciadas com autorização do Congresso.

  • A proposta foi apresentada em um contexto delicado, com repercussão após a prisão do deputado Daniel Silveira, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra a democracia.
  • Com a expectativa de que a pauta seja discutida na próxima reunião de líderes marcada para terça-feira (26/8), a ideia é levar o tema ao plenário, o que, se acontecer, poderá garantir o apoio da oposição, já que o texto é relatado pelo deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

Imunidade parlamentar como pauta central

Além das questões de foro especial, a proposta da PEC das Prerrogativas também envolve uma discussão mais ampla sobre a imunidade parlamentar. Motta defende que a imunidade não deve ser restrita ao que é dito dentro do plenário, mas deve abranger qualquer declaração pública feita pelos congressistas. Essa extensão da imunidade é vista por eles como uma proteção necessária diante do que consideram “crimes de opinião”.

Em uma entrevista recente à GloboNews, Motta expressou sua preocupação com a crescente investigação sobre parlamentares e o impacto que isso poderia ter nas dinâmicas de poder entre os ramos da administração pública. Ele aponta um “sentimento de aversão” que muitos parlamentares nutrem em relação à atuação do STF, o que impulsiona a discussão sobre a necessidade de reavaliar algumas prerrogativas.

Próximos passos no Congresso

O presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou em reuniões anteriores que a PEC das Prerrogativas poderia ser levada ao plenário na próxima semana. Contudo, a decisão final sobre a pauta deve ocorrer na reunião de líderes marcada para o dia 26 de agosto. Se a proposta for avante, é quase garantido que encontrará apoio, dada a tendência de proteção que ela sugere.

Os desdobramentos no Congresso estão longe de ser previsíveis, mas a mudança de rota da oposição reflete uma adaptação rápida ao cenário atual. Ao invés de buscar a extinção do foro especial, a ênfase na PEC das Prerrogativas demonstra uma intenção de segurança e blindagem para os parlamentares em um ambiente político conturbado.

A expectativa é que a discussão sobre a PEC, além de provocar debate acalorado entre os integrantes do Legislativo, também gere repercussões em todo o país. A população, atenta a essas manobras, busca entender as implicações das decisões que estão sendo tomadas e quais os impactos diretos em sua representação política e no funcionamento da Justiça no Brasil.

Em um período em que a confiança nas instituições está em um nível crítico, a aprovação de propostas como a PEC das Prerrogativas pode ser vista como uma tentativa de reafirmação de poder por parte dos parlamentares, num momento em que as decisões judiciais e o papel do STF ainda estão em debate acalorado. Assim, o futuro das prerrogativas e da autonomia no Congresso segue como ponto crucial na política brasileira.

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