No CT Carlos Castilho, Nonato, volante do Fluminense, recebeu a reportagem com sua habitual simpatia e bom humor. Entretanto, quando o assunto é sério, como neurociência e o combate à homofobia, o jogador demonstra um lado mais consciente e estudioso. Fora dos últimos três jogos do tricolor carioca devido a uma inflamação no tendão flexor da coxa esquerda, ele pode ser titular na partida contra o Bragantino, às 16h, pelo Campeonato Brasileiro. Se entrar em campo, Nonato completará 100 jogos pelo clube e espera poder assinar em definitivo, já que seu contrato de empréstimo feito pelo Santos termina no final do ano.
O significado dos 100 jogos pelo Fluminense
A marca de 100 jogos pelo Fluminense não é apenas um número para Nonato. “O Fluminense é um lugar que, desde que pisei aqui, passei a respeitar e admirar muito. É uma grande honra poder completar essa quantidade de partidas em um clube tão grandioso. Eu e minha família construímos um carinho muito grande pelo Fluminense. O vínculo que consegui construir com o time, a torcida e todos os funcionários é algo que levarei para toda a vida,” afirmou o volante.
Além da importância da quantidade de jogos, Nonato reflete sobre sua história no futebol, especialmente sobre sua participação na Copa do Mundo de Clubes. Recentemente, ele revisitou memoráveis momentos, organizados por sua mãe, em um vídeo que destacou sua jornada até o torneio. “Assistir aqueles jogos foi como um sonho, uma experiência única, jogando no MetLife Stadium com cerca de 80 mil pessoas,” declarou Nonato.
Recordações e lições do futebol
Quando questionado sobre as experiências que mais o marcaram durante sua trajetória, ele menciona a emoção de sua estreia contra o Borussia Dortmund, onde a música “Basta acreditar que o novo dia vai raiar” ressoou profundamente em seu coração. “Olhei minha família na arquibancada e percebi que estava cumprindo um sonho,” relembra.
Em relação à Libertadores de 2023, o jogador expõe seus sentimentos mistos sobre ter ficado de fora: “As circunstâncias do futebol são complicadas. O desejo de fazer parte das conquistas é sempre presente, mas tive a oportunidade de contribuir de outras maneiras no Fluminense.”
Trabalho em equipe e o papel do treinador
Nonato também destacou a parceria com seus companheiros de time, como Martinelli e Hércules, enfatizando a importância da comunicação e troca de experiências durante os treinamentos: “Nós discutimos posicionamento e como podemos aprimorar nossas funções. Essa troca de ideias fortalece o Fluminense.”
Falando sobre trabalhar com o técnico Renato Gaúcho, Nonato comentou: “Ele é um treinador que apoia os jogadores. A sua maneira de trabalhar traz leveza ao ambiente e dá liberdade para que possamos expressar nossa criatividade em campo.”
Sobre o futuro e a permanência no Fluminense
Com o contrato de empréstimo prestes a expirar, Nonato expressa seu desejo em permanecer no Fluminense. “Quero continuar contribuindo e acredito que ainda posso entregar muito ao clube. O foco agora é no trabalho que estamos fazendo juntos na temporada de 2025, buscando títulos,” explica o volante.
Psiquê no esporte e a luta contra a homofobia
A paixão de Nonato por psicologia e neurociência não se limita a aspectos técnicos do futebol. Ele acredita que o autoconhecimento e o autocontrole são essenciais para lidar com os altos e baixos da carreira esportiva. “Futebol é intenso. Aprender a lidar com as emoções do jogo é fundamental,” destaca.
Quanto à sua relação com a causa LGBTQIA+, o jogador se posicionou contra a homofobia, com um forte apelo emocional. “Após ver um de meus familiares passando por um momento complicado, senti a necessidade de me manifestar. É algo que eu nunca vou mudar minha opinião,” conclui Nonato, reafirmando seu compromisso com a igualdade e respeito.
Com 100 jogos previstos e a determinação de seguir fazendo história com a camisa tricolor, Nonato se mostra não apenas um atleta, mas um exemplo de consciência social e profissionalismo no meio esportivo.
