A cesta básica registrou queda em sete das oito capitais analisadas em julho pela pesquisa Cesta de Consumo Neogrid & FGV IBRE, com uma redução média de 1,75%. O preço médio do conjunto de alimentos caiu para R$ 969,40 no país, atingindo o menor nível de 2025 e acumulando uma retração de 5,2% nos primeiros seis meses do ano. Essas medidas refletem a desaceleração da inflação de alimentos e os efeitos de um cenário econômico de maior estabilidade.
Redução dos preços da cesta básica nas principais capitais
No Rio de Janeiro, onde o custo da cesta básica é o mais alto do país (R$ 958,90), houve uma retração de quase 6% em seis meses, com uma queda de 5,97% em julho e baixa mensal de 1,08%. Apesar do valor elevado, essa foi a maior queda registrada na cidade em meio ano. O valor mais alto do ano foi atingido em fevereiro, com a cesta custando R$ 1.019,77.
Em São Paulo, o valor também diminuiu, com uma redução de 1,70% em julho, totalizando uma queda de 4,56% no semestre. Curitiba apresentou uma retração de 2,30% na comparação mensal, a mais intensa entre as capitais, embora a queda ao longo do semestre tenha sido mais moderada, de 2,34%. Belo Horizonte apresentou uma diminuição de 2,24% no mês, mas o valor permanece acima do começo do ano, acumulando alta de 3,04% em seis meses.
Já Brasília teve uma redução de 2,45% em julho, embora a cesta ainda registre alta de 2,97% no semestre. Fortaleza apresentou uma queda de 1,57% no mês, porém exibe uma valorização de 2,09% no período. A única exceção foi Salvador, onde os preços avançaram 0,56% em julho e acumulam alta de 5,55% no ano, indicando uma pressão inflacionária local no segmento de alimentos.
Produtos com maiores altas e fatores de pressão inflacionária
Entre os produtos que mais tiveram aumento de preços, destacam-se os legumes em Curitiba, que subiram 23,71% em julho e acumulam alta de 32,76% no semestre. A carne bovina em São Paulo também apresentou alta significativa, de 12,63% em julho, elevando a variação no semestre para 8,29%. Essas elevações estão ligadas ao desempenho recorde das exportações brasileiras, impulsionadas pela forte demanda internacional, que reduziu a oferta interna e pressionou os preços domésticos.
Outra origem do aumento foi a carne suína em Fortaleza, que cresceu 6,57% em julho e acumula alta de 6,86% no semestre. Esses aumentos evidencia a influência de fatores externos e estratégicos na formação dos preços dos alimentos no varejo nacional.
Impacto na cesta de consumo expandida e perspectivas futuras
Na cesta de consumo ampliada, que inclui 18 itens da básica e outros 15 de higiene e limpeza, apenas Salvador e Belo Horizonte registraram aumento de preços em julho. Em Salvador, o aumento foi de 0,82%, elevando o preço médio de R$ 1.929,57 para R$ 1.945,37, enquanto em Belo Horizonte o valor passou de R$ 1.774,00 para R$ 1.779,06, com alta de 0,29%.
Especialistas apontam que a desaceleração na alta dos preços de alimentos é um sinal positivo para o cenário inflacionário. Segundo análises do Banco Central, a tendência de estabilização deve contribuir para uma manutenção de taxas de juros mais alinhadas à meta de inflação até o fim do ano.
Para o futuro, a expectativa é de que a inflação de alimentos continue desacelerando, embora fatores como as condições climáticas e o desempenho externo das exportações possam influenciar o cenário. A política de controle de preços, aliada a medidas de estímulo à produção doméstica, será fundamental para sustentar esse quadro de menor pressão inflacionária.