Brasil, 23 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governo busca nova alta de impostos para equilibrar contas de 2026

Medida provisória aumenta tributações em setores como fintechs, criptoativos e títulos incentivados para fechar orçamento de 2026

O governo federal apresentou a Medida Provisória 1.303, que aumenta impostos sobre empresas, fintechs, apostas online e criptoativos, visando reforçar a arrecadação para 2026. A proposta, inicialmente criada para compensar a alta do IOF, faz parte de uma estratégia para manter o equilíbrio fiscal em ano eleitoral, enfrentando forte resistência do setor produtivo.

Medidas fiscais e metas para 2026

De acordo com o Ministério da Fazenda, as mudanças podem gerar um aumento de R$ 21 bilhões na arrecadação em 2026. Além do incremento com o IOF, a equipe econômica espera arrecadar mais recursos com elevações de impostos sobre juros de capital próprio, títulos incentivados, criptoativos e cooperativas. O objetivo é atingir uma meta fiscal de superávit de 0,25% do PIB, cerca de R$ 31 bilhões, embora cálculos da Instituição Fiscal Independente indiquem que seja necessário um esforço de até R$ 80 bilhões para cumprir a meta.

Resistência do setor produtivo à elevação de impostos

Organizações do setor produtivo manifestaram preocupações. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou o aumento do IR sobre juros de capital próprio e a tributação de títulos de infraestrutura, alegando que isso pode restringir investimentos e elevar custos de tarifas públicas. A Febraban destacou que o aumento de tributos não é a solução ideal, enquanto a Abdib afirmou que o fim de incentivos fiscais pode prejudicar financiamentos essenciais para infraestrutura.

Repercussões e detalhes das propostas

Entre as mudanças promovidas pela MP, estão o aumento de 12% para 18% na tributação sobre apostas online, a elevação de 15% para 20% no imposto sobre juros de capital próprio e a ampliação da tributação sobre criptoativos, de 15% para 17,5%. Os títulos incentivados, como LCI e LCA, terão uma alíquota de 5%, acima dos atuais 0%, com previsão de arrecadar aproximadamente R$ 2,6 bilhões.

Impacto nas empresas e na economia

As fintechs, por exemplo, alertam que maiores tributações podem comprometer sua competitividade, levando a um desaquecimento do mercado. A Abrasca também reforça que o aumento nos juros sobre capital próprio tende a desestimular o mercado de capitais e elevar o endividamento das empresas.

Medidas complementares e cenário de gastos

O governo também mira a aprovação da PEC 66, que trata de precatórios e pode liberar R$ 12,4 bilhões no orçamento de 2026. Além disso, prevê cortes em despesas do setor público, embora a agenda de reformas estruturais, como a administrativa e previdenciária, avance lentamente devido às dificuldades no Congresso.

Economistas sugerem medidas de contenção de gastos obrigatórios, incluindo desvinculação de benefícios previdenciários e revisão dos limites de gastos na saúde e educação, para reduzir o impacto das elevações fiscais na economia.

Perspectivas futuras

Se a MP 1.303 for aprovada, as receitas adicionais podem contribuir para que o governo atinja suas metas fiscais em 2026. Caso contrário, ajustes no orçamento deverão ser feitos para compensar a perda de arrecadação, dificultando o controle do déficit público em ano de eleição.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes