Durante a visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy aos Estados Unidos nesta semana, a linguagem corporal de Donald Trump chamou atenção por suas ações que transmitiam poder e domínio. Os especialistas apontam que gestos como aperto de mãos, soco no ar e toques no corpo revelam dinâmicas de comando e resistência no encontro realizado na Casa Branca.
O significado por trás dos gestos de Trump com Zelenskyy
De acordo com Traci Brown, especialista em linguagem corporal, o gesto de Trump ao chegar e fazer um soco no ar — conhecido como “fist pump” — indica uma intenção de demonstrar força e controle. “Ele entra em cena pronto para assumir o comando, com um gesto que simboliza uma luta ou defesa”, explica. Essa expressão, segundo Patti Wood, autor de “SNAP”, também sugere que Trump se via preparado para um confronto, usando o movimento como uma arma simbólica.
Além disso, outros gestos reforçam essa postura de controle. Brown destacou que Trump puxou Zelenskyy em direção a si, uma ação que, na leitura dos especialistas, demonstra um inconsciente desejo de dominar ou manipular a interação: “Trump move Zelenskyy ao seu redor, enquanto este tenta manter sua independência, preferindo manter os pés firmes.”
Toques patronizantes e sinais de superioridade
Os especialistas sinalizam que o contato físico de Trump reforçou uma postura condescendente. Dudley observou que o gesto de colocar a mão no ombro ou arredondar o braço ao redor de Zelenskyy teria uma conotação de patronização, como se Trump estivesse dizendo “Você não está no meu nível”. “Ele trata Zelenskyy mais como um subordinado do que um parceiro”, acrescenta Dudley.
Já Wood interpretou que essas ações semelhantes a uma autoridade paternal, como segurar a cabeça ou o ombro do outro, reforçam uma comunicação de superioridade, que pode beirar a diminuição do adversário.
Expressões de resistência e controle de Zelenskyy
Apesar dos movimentos dominantes de Trump, Zelenskyy mostrou sinais de resistência sutil. Donaldson comenta que o posicionamento de Zelenskyy ao colocar a mão por cima da de Trump durante o aperto de mão — uma mostra de dominação — indica que há uma batalha de poder. “Ele mantém essa postura de cima para baixo, mesmo quando Trump tenta puxá-lo mais perto”, explica.
Wood acrescenta que Zelenskyy também reagiu ao puxão de Trump com uma postura firme, segurando a mão com força e mantendo uma expressão de calma durante a reunião. “Ele demonstra resistência, indicando que não aceita ser manipulador,” afirma.
Expressões de leveza e confiança
Mesmo em meio à dinâmica de poder, houve momentos de descontração. Dudley observa que Trump riu de uma brincadeira de Zelenskyy, algo raro para o ex-presidente, sugerindo que há espaço para momentos genuínos de leveza. Segundo ela, esse gesto de risada demonstra que, apesar do jogo de poder, pode existir uma relação de respeito ou admiração ocasional.
Impressões finais e impacto na comunicação
Os especialistas destacam que a linguagem corporal neste encontro revelou uma disputa silenciosa por influência — com Trump transmitindo confiança, dominância e, por vezes, condescendência, enquanto Zelenskyy tentava manter o equilíbrio e resistência. Ainda que palavras fossem controladas, os gestos falaram mais alto, mostrando que o poder se manifesta também nos detalhes não verbais.
A análise demonstra que, mesmo em encontros diplomáticos, a linguagem corpórea revela nuances de liderança, submissão e resistência, influenciando a percepção internacional e as relações bilaterais.
