O Piauí se despede de um ícone local. Joel Meneses da Costa, carinhosamente conhecido como “Banca do Joel”, faleceu no último dia 22, em São Paulo, vítima de complicações de uma infecção pulmonar. Com 73 anos, ele deixou um legado importante na cultura de Teresina, onde sua banca de revistas é um ponto de referência na cidade.
A trajetória do jornaleiro Joel Meneses
Joel estava internado desde o início de agosto, e sua saúde se deteriorou com o passar dos dias. Segundo sua filha, Joelma Nascimento, ele lutava contra insuficiência cardíaca e pneumonia, o que resultou em sua morte. “Ele chegou a ser intubado, mas tinha muitas dificuldades respiratórias”, explicou Joelma, entristecida com a perda do pai.
A “Banca do Joel”, situada na Rua David Caldas e próxima à Praça Pedro II, operou por cerca de 50 anos, tornando-se uma referência em vendas de revistas e jornais de todo o Brasil e do mundo. Nos anos 80 e 90, era o principal ponto de venda de ingressos para shows e eventos da capital. Com o tempo, a bancas adaptou sua estratégia e, atualmente, atrai clientes que buscam caça-palavras, livros e apostilas para concursos públicos.
Campanha para o translado do corpo
Com a morte de Joel Meneses, a família iniciou uma campanha de arrecadação para cobrir o custo do translado do corpo do jornaleiro de São Paulo a Teresina. O valor total estimado para o translado é de R$ 10 mil, e até o momento, a família conseguiu arrecadar cerca de R$ 5 mil. A conta para doações está em nome de Joelma Nascimento, e os interessados podem contribuir através do Pix, utilizando o CPF 007.172.463-02.
“Estamos fazendo o possível para trazer o corpo dele de volta ao Piauí, onde ele sempre viveu e trabalhou,” disse Joelma, em meio à dor da perda. A família acredita que o velório e sepultamento em Teresina será uma grande homenagem a Joel e sua trajetória ao longo dos anos. “É aqui que ele pertence”, completou a filha.
Importância das bancas de revistas na cultura local
As bancas de revistas, como a de Joel, têm um valor imensurável para comunidades. Elas não apenas oferecem uma variedade de publicações, mas também servem como espaços de interação social e troca de informações. Em Teresina, as bancas se tornaram locais de encontro, onde os moradores se reúnem para conversar e compartilhar ideias.
Com o avanço da tecnologia e o aumento do consumo digital, muitos podem questionar a relevância das bancas. No entanto, a necessidade de produtos impressos, bem como a interação humana, continuam a garantir o espaço dessas lojas no coração das cidades. Particularmente em épocas de crise, as bancas se mostram como pontes entre o papel impresso e a informação acessível.
Um legado que ficará na memória
Embora a “Banca do Joel” tenha perdido seu idealizador, o legado de Joel Meneses da Costa permanecerá na memória de Teresina. O impacto que ele teve na vida de tantas pessoas, passando informações, notícias e cultura, é um testemunho do papel vital que um jornaleiro pode desempenhar em uma comunidade.
Conforme a família se prepara para despedir-se de Joel em sua cidade natal, é importante refletir sobre a contribuição de pessoas como ele, que dedicam suas vidas a promover a leitura e a cultura em suas comunidades. O dia do seu retorno a Teresina será uma celebração da vida de um homem que não apenas viu, mas também fez parte da história da cidade.
Para aqueles que desejam ajudar na campanha de arrecadação para o translado, é possível fazer doações até que o valor total seja atingido. Cada contribuição é uma forma de homenagear uma figura tão querida e significativa para a história de Teresina.
Além disso, a história da “Banca do Joel” e de seu proprietário serve como um lembrete da importância de valorizarmos nossas raízes e as pessoas que moldaram nossas comunidades.