Brasil, 23 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Defesa de Bolsonaro alega perseguição política em caso de asilo

Advogados afirmam que relatório da PF sobre ex-presidente configura uso indevido da Justiça em perseguição política.

A atual situação política brasileira ganha contornos ainda mais complexos com as recentes alegações da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um novo relatório da Polícia Federal (PF), a defesa de Bolsonaro argumenta que as provas apresentadas contra ele constituem uma forma de “lawfare”, ou seja, o uso indevido dos processos jurídicos para fins de perseguição política. A discussão gira em torno de um pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, que foi encontrado em um dispositivo móvel de Bolsonaro.

Contexto das alegações

De acordo com os advogados, a PF tem utilizado informações de natureza pessoal, como comunicações e movimentações financeiras lícitas, visando desmoralizar o ex-presidente. A defesa refuta a interpretação de que o envio de mensagens privadas para seus contatos é uma violação das medidas cautelares impostas. “Dar uma interpretação elástica às medidas cautelares não é aceitável”, argumentam os advogados, que defendem que tais medidas deveriam ter uma leitura restrita.

A PF indiciou Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro por coação no curso do processo e por tentativas violentas de minar o Estado Democrático de Direito. As autoridades alegam que os réus estariam usando as sanções internacionais para interferir nas ações penais relacionadas a um suposto golpe, o que leva a defesa a solicitar a revogação da prisão domiciliar imposta a Bolsonaro.

‘Rascunho de solicitação’ e seus desdobramentos

Nesta sexta-feira, os advogados de Bolsonaro apresentaram um recurso para que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) examine a revogação da prisão. Os defensores esperam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) seja intimada somente na próxima segunda-feira para opinar sobre a questão. O juiz Alexandre de Moraes deu um prazo de 48 horas para que a defesa de Bolsonaro apresente explicações sobre as alegações de descumprimento das medidas cautelares.

Essas medidas foram inicialmente impostas em julho de 2023 e incluíam a proibição do uso de redes sociais. No entanto, a PF encontrou indícios de que Bolsonaro violou essas proibições ao supostamente enviar vídeos via WhatsApp, que foram publicados por outros usuários nas redes sociais.

Relatório da PF e a defesa de Bolsonaro

A defesa do ex-presidente argumenta que o documento que traz a solicitação de asilo ao presidente argentino é apenas um “rascunho” e não deve ser considerado evidência de um plano de fuga. O fato de não ter sido formalizado ou acompanhado de uma tentativa concreta de asilo, segundo eles, torna o documento irrelevante em termos de prova.

Bolsonaro permanece em prisão domiciliar desde o início de agosto de 2023, em decorrência de descumprimentos anteriores de ordens judiciais. Neste contexto, ele e sua defesa sustentam que o que está em jogo é um caráter político em vez de uma análise técnica por parte da PF.

A campanha nas redes sociais e os impactos políticos

O relatório da PF vai além, afirmando que Bolsonaro também utilizou as redes sociais para coagir ministros do Supremo e tentar restringir ações do Legislativo. Mais precisamente, ele teria propagado ataques contra esses poderes, com o objetivo de implementar propostas de anistia e possíveis destituições de ministros do Supremo por acusações de crimes de responsabilidade.

Além disso, o ex-presidente teve seu passaporte apreendido e esteve em contato com a embaixada da Hungria, o que, segundo a PF, indica a possível preparação de uma fuga. A defesa, por outro lado, insiste que essa narrativa é uma interpretação equivocada de um contexto político complicado.

Nos próximos dias, as expectativas aumentarão à medida que novos desdobramentos e decisões judiciais ocorrerem. A combinação do debate jurídico com questões políticas pode não apenas impactar o futuro de Bolsonaro, mas também moldar o cenário político do Brasil nos próximos anos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes