Brasil, 23 de agosto de 2025
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Daniel Dae Kim critica a “sobre correção” na escalação étnica em Hollywood

Durante uma entrevista recente ao American Masters, Daniel Dae Kim abordou de forma contundente a “sobre correção” na escalação de atores asiáticos, questionando o uso excessivo de especificidades étnicas em Hollywood. O ator, de 57 anos, nasceu na Coreia do Sul, mas cresceu na Pensilvânia, nos Estados Unidos, e ficou famoso por seu papel como Jin-Soo Kwon na série Lost, onde falou em coreano na maior parte da trama.

Critica à “especificidade étnica” na escalação de atores

Questionado sobre sua abordagem para a escalação étnica, Daniel não hesitou em denunciar a tendência de Hollywood de fazer uma “sobre correção”. Segundo ele, muitas vezes, atores são escolhidos especificamente por sua nacionalidade, mesmo quando essa especificidade não é relevante para o personagem. “Muitas vezes, o papel não foi pensado de forma a exigir uma nacionalidade específica, mas a escalação acaba sendo extremamente específica”, explicou.

O ator destacou que há circunstâncias em que a nacionalidade é importante, como quando o personagem exige o uso de uma língua autêntica ou quando se trata de uma pessoa real com forte conexão cultural. No entanto, muitas vezes, os papéis fictícios são preenchidos de forma excessivamente restritiva, mesmo sem essa necessidade no enredo.

Perspectiva sobre a experiência asiática na cultura americana

Daniel argumentou que, independentemente da nacionalidade, asiáticos compartilham experiências comuns, como sentir-se “estrangeiro” ou “outro” na sociedade americana. “O que nos une é a experiência de se sentir diferente, e essa é uma questão universal entre os atores asiáticos”, afirmou. Portanto, ele defende que a ênfase deveria estar na representação da experiência do povo asiático como um todo, e não na especificidade de cada nação.

Ele exemplificou com o seu próprio trabalho em Butterfly, onde Reina Hardesty interpretou sua filha, sendo japonesa-americana, uma escolha deliberada que refletia a temática de alienação e isolamento. “Ela não precisa ser coreana-americana para representar esses sentimentos”, disse Daniel.

O caminho para uma escalação mais sofisticada

Daniel encerrou sua fala com uma reflexão sobre o futuro da representação étnica em Hollywood, ressaltando que, embora a intenção inicial fosse positiva — reconhecer diferenças culturais distintas — é necessário evoluir para uma abordagem mais inclusiva e inteligente. “Devemos abrir oportunidades, pensando de maneira mais sofisticada e sem limitar por questões de nacionalidade quando a história não exige isso”, afirmou.

Seu comentário foi amplamente divulgado em um fórum do Reddit, onde internautas celebraram sua visão articulada e sincera, elogiando sua coragem de abordar um tema delicado com compreensão e profundidade. Para quem deseja assistir ao vídeo completo, o trecho pode ser conferido na plataforma YouTube, proporcionando um insight significativo para o debate sobre diversidade e representação em Hollywood.

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