A Justiça da Argentina liberou nesta sexta-feira (22) os 104 torcedores da Universidad de Chile que foram presos após um confronto violento com a torcida do Independiente, em Avellaneda, na última quarta-feira (20).
Conforme reportado pela agência AFP, a decisão da Justiça permite que os chilenos retornem imediatamente ao seu país, enquanto 19 pessoas seguem hospitalizadas, duas delas em estado grave. Este é mais um episódio de violência que mancha a reputação do futebol sul-americano, especialmente durante grandes competições como a Copa Sul-Americana.
Gravidade do confronto
Os tumultos aconteceram durante uma partida da Copa Sul-Americana que foi suspensa aos 48 minutos do primeiro tempo. Um relatório oficial sobre o incidente aponta o uso de facas, paus e até vasos sanitários como armas no conflito. O ministro do Interior do Chile, Álvaro Elizalde, viajou até Buenos Aires para acompanhar a situação, visitando os feridos e confirmando um caso de traumatismo craniano, que ocorreu após um torcedor cair da arquibancada.
As autoridades de Buenos Aires, preocupadas com a segurança dos torcedores e a imagem do esporte, decidiram que o estádio do Independiente permanecerá fechado até o final das investigações. Laudos técnicos já revelaram a presença de manchas de sangue, pedras e estruturas danificadas nas arquibancadas e banheiros do local, pintando um quadro preocupante da violência que tomou conta do evento.
Além disso, a Conmebol informou que o caso será encaminhado à sua Comissão Disciplinar, que pode aplicar sanções severas tanto a clubes quanto a torcedores envolvidos nos atos violentos. O presidente do Chile, Gabriel Boric, não poupou críticas ao que chamou de “linchamento inaceitável”, reiterando que defenderá os direitos dos chilenos envolvidos. Já o presidente da FIFA, Gianni Infantino, pediu por “sanções exemplares” para punir a violência nos estádios.
Reação dos clubes
Em resposta ao incidente, o Independiente divulgou uma nota afirmando que irá recorrer da decisão judicial que interditou o estádio e negou ter falhas de segurança. Por outro lado, a Universidad de Chile expressou sua preocupação com os torcedores, assegurando que está em contato com as famílias e que prestará apoio até que todos retornem ao Chile.
O ministro da Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso, responsabilizou a organização do jogo, afirmando que os protocolos de segurança foram descumpridos. Alonso declarou que a Conmebol foi alertada três vezes sobre a necessidade de suspender a partida antes que a briga generalizada se iniciasse.
Próximos passos
Os 104 chilenos libertados devem regressar ao país nos próximos dias, enquanto a investigação argentina prossegue, com mais de 20 processos individuais abertos. A Conmebol deve definir punições após a análise dos relatórios disciplinares, que incluem a possibilidade de penalizações rigorosas. Esse episódio mais uma vez traz à tona o debate sobre a segurança nos estádios e a necessidade de síndromes que podem ser erradicadas, como a violência no futebol.
“Continuaremos trabalhando para erradicar a violência no futebol”, reafirmou Boric em uma publicação no X (ex-Twitter), sublinhando a urgência de ações efetivas que assegurem um ambiente mais seguro para torcedores e jogadores.