No último dia 18 de setembro, uma advogada de 27 anos registrou uma denúncia de agressão contra um colega de profissão, em Mairinque, São Paulo. O incidente ocorreu durante uma visita ao cumprimento de uma decisão judicial, revelando um preocupante caso de violência contra uma mulher no ambiente profissional. Este episódio levanta questões sobre a segurança e o respeito entre colegas dentro da advocacia.
Entenda o caso
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a vítima estava acompanhada de um cliente quando visitou uma casa na Vila Sorocabana, em Mairinque. A intenção era acompanhar o cumprimento de uma decisão liminar, mas a situação tomou um rumo inesperado. Durante a visita, houve uma discussão com a parte contrária, também um advogado, que se exaltou e, em determinado momento, empurrou a mulher.
Embora a vítima não tenha sofrido ferimentos físicos, a gravidade da situação não pode ser subestimada. O apoio de testemunhas presentes foi crucial, e a situação foi prontamente levada às autoridades competentes. O caso foi registrado como lesão corporal, ameaça, coação no curso do processo e desobediência na delegacia local.
A resposta da OAB e da sociedade
A presidente da 235ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mairinque/Alumínio, Digiane Cristina Amaral Tessila, se manifestou oficialmente sobre o ocorrido. Ela informou que além da investigação realizada pela Polícia Civil, o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB também irá apurar a denúncia, uma vez que a moral e a ética da profissão são fundamentais.
“Um processo administrativo será instaurado, permitindo que ambas as partes apresentem suas versões e provas, assim como ocorre em processos judiciais”, destacou Tessila. Ela reforçou que as possíveis sanções para o advogado acusado só serão decididas após a análise completa de todas as circunstâncias envolvidas.
O apoio à vítima
A Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB-Subseção Mairinque/Alumínio também expressou solidariedade à advogada agredida. Em nota, a comissão enfatizou que tal ato é incompatível com os princípios que regem a advocacia, ressaltando a importância do respeito mútuo e da proteção à dignidade dos profissionais da área.
“O respeito mútuo entre profissionais deve ser a base da nossa atuação, sob pena de se comprometer a dignidade dos envolvidos. Essa situação não apenas fere a vítima, mas também prejudica a imagem da advocacia como um todo”, completou o comunicado, que representa um chamado à reflexão e à ação contra a violência.
Como pedir ajuda em casos de violência
A situação vivida pela advogada é emblemática, especialmente em um contexto onde a violência contra a mulher continua sendo um problema grave no Brasil. Muitas vezes, as vítimas se sentem impotentes ou temerosas em buscar ajuda. Caso você ou alguém que você conheça esteja passando por uma situação similar, é fundamental saber que existem canais de apoio disponíveis.
Em situações de emergência, o primeiro passo deve ser contactar a polícia pelo número 190. Além disso, existem diversas organizações e serviços que oferecem ajuda a vítimas de violência, como o Ligue 180, que é a Central de Atendimento à Mulher. Esta linha oferece orientação, apoio psicológico e informações sobre os direitos da mulher.
Perspectivas futuras e a importância da conscientização
A violência contra a mulher, especialmente em ambientes profissionais, é uma questão que necessita de atenção contínua. O caso reportado em Mairinque não é um incidente isolado, mas reflete uma cultura que precisa ser revista e transformada. É essencial que a sociedade se una para combater qualquer forma de agressão e discriminação.
As repercussões deste caso também abrem um leque de discussões sobre a necessidade de formação e conscientização entre os profissionais da advocacia. A OAB e outras instituições devem continuar a promover campanhas de sensibilização para garantir que todos os advogados entendam a importância do respeito e da ética no exercício da profissão.
Assim, é fundamental que a justiça seja feita não apenas em relação a este caso específico, mas em todos os outros que envolvem a violência contra a mulher. A cada denúncia, há uma chance de mudança e de um futuro mais seguro para todas as mulheres, onde a agressão não seja mais tolerada em nenhum meio.
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