Após uma noite de bebida alcoólica, muitos desejam evitar a ressaca. Diversos suplementos no mercado prometem esse benefício, mas pesquisadores alertam para a falta de provas científicas robustas de sua eficácia.
O que prometem os suplementos para ressaca
Produtos como ZBiotics, Myrkl, Capsulyte Pregame, WaterBoy Weekend Recovery e DripDrop contêm ingredientes variados, como probióticos, antioxidantes, vitaminas, minerais e eletrólitos, que alegadamente ajudam o corpo a processar o álcool e reduzir os sintomas residuais. Por exemplo, o drink pre-alcoólico ZBiotics afirma facilitar a quebra do acetaldeído, um subproduto do metabolismo do álcool, enquanto WaterBoy e DripDrop focam na reposição de eletrólitos para evitar desidratação.
O que a ciência diz
Falta de evidência robusta
Especialistas apontam que a maioria desses produtos não possui estudos clínicos controlados, duplo-cego, que sejam considerados padrão ouro na avaliação de eficácia. Segundo o Dr. Robert Swift, professor de psiquiatria e saúde pública na Brown University, “não há comprovação científica definitiva” de que esses suplementos previnam ou reduzam a ressaca.
Estudos disponíveis
Um estudo de 2022, financiado pela fabricante do Myrkl, analisou a absorção do álcool em 24 pessoas que tomaram o suplemento por uma semana. Os resultados mostraram uma redução de 70% na quantidade de álcool no sangue após o consumo, mas não houve impacto nos testes cognitivos ou na experiência de ressaca. Além disso, uma revisão de 21 estudos publicada no mesmo ano concluiu que as evidências de eficácia são de baixa qualidade e insuficientes para recomendar qualquer intervenção farmacológica.
Fatores que influenciam a ressaca
Segundo especialistas, a ressaca decorre de múltiplos fatores, como desidratação e desequilíbrios eletrolíticos. O álcool atua como diurético, fazendo o corpo perder líquidos e sais minerais, o que contribui para sintomas como dor de cabeça e fadiga. Além disso, a bebida promove uma resposta inflamatória, pois torna os intestinos mais permeáveis, permitindo que bactérias e substâncias pró-inflamatórias entrem na circulação sanguínea, agravando o mal-estar.
Conclusão
Embora muitos suplementos apresentem-se como opções para evitar a ressaca, a ausência de estudos científicos conclusivos limita sua credibilidade. A melhor forma de prevenir os sintomas permanece moderar o consumo de álcool, hidratar-se adequadamente e manter uma alimentação equilibrada.
Especialistas reforçam que, até o momento, não há produtos milagrosos certificados para evitar a ressaca, e o consumo responsável continua sendo a principal recomendação.