A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (22) pelo IBGE, aponta que o número de moradias unipessoais no Brasil cresceu para 18,6% em 2024, um aumento de 6,4 pontos percentuais desde 2012. O fenômeno reflete o envelhecimento da população e os fluxos migratórios internos.
Envelhecimento e migração fortalecem os lares unipessoais
Atualmente, 40,5% das pessoas que vivem sozinhas têm 60 anos ou mais, concentradas principalmente em regiões com forte fluxo de entrada de migrantes, como Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa, muitos idosos migram em busca de melhores condições de vida ou para ficar perto de familiares.
“Muitos saem de casa ainda jovens, deixando a família para buscar melhores condições em outros estados”, explica Kratochwill. Essa dinâmica migratória, aliada ao envelhecimento da população, explica o aumento dos domicílios unipessoais.
Distribuição regional e demográfica
O Sudeste lidera, com 19,6% dos lares unipessoais compostos por idosos, seguido pelo Centro-Oeste (19%) e Sul (18,9%). A distribuição da população por região revela uma concentração de 88,6 milhões de habitantes no Sudeste, que representa 41,8% do total nacional.
Com a redução de pessoas jovens (menos de 30 anos), que passou de 98,2 milhões em 2012 para 89 milhões em 2024, o país vivencia uma estruturalmente mais envelhecida, reforçada pela diminuição da base populacional.
Impactos futuros e tendências
Segundo o analista, a tendência de envelhecimento deve continuar, alterando o perfil das moradias e demandando políticas específicas para o cuidado de idosos e suportes sociais. A ampliação de lares unipessoais também pode impactar o mercado imobiliário e serviços relacionados ao envelhecimento ativo.