Brasil, 23 de agosto de 2025
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Michel Temer fala sobre defesa de Eduardo Bolsonaro ao pai

Em entrevista, Temer comenta sobre a postura de Eduardo Bolsonaro e as sanções americanas ao Brasil.

O ex-presidente Michel Temer se manifestou, na noite de quinta-feira (21), sobre a disposição do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em defender seu pai, Jair Bolsonaro, até as últimas consequências. Temer, durante entrevista ao Canal UOL, caracterizou a atitude de Eduardo como uma questão “tipicamente familiar”, embora reconheça que poderia ser chamada de “exagerada politicamente”. Em suas declarações, ele também avaliou as recentes sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, sugerindo que são parte de um contexto mais amplo de reações às ações do Brasil nos Brics.

A defesa de Eduardo Bolsonaro

Durante a entrevista, Temer ponderou que a postura do deputado é compreensível dentro do contexto familiar: “Você sabe que esta é uma questão familiar. Eu, aqui comigo penso, que ele pensa em defender às últimas consequências o pai dele. É uma coisa que você pode chamar de exagerada politicamente, mas é uma questão tipicamente familiar.” Ele ressaltou que emoções fraternais ou familiares podem motivar ações que sejam vistas como drásticas no cenário político.

Além disso, Temer admitiu não ter certeza se o Congresso estaria disposto a cassar o mandato de Eduardo por conta de ações que ele tem tomado nos EUA. “Pelo que ele está fazendo lá — e, como eu disse, é uma questão familiar, eu não sei qual emoção o move —, pode ser que digam que ele está prejudicando o país. Isso poderia, eventualmente, gerar uma queixa. Mas não sei se o Legislativo está disposto a isso, porque a Câmara está muito dividida,” refletiu.

Relações Brasil e EUA

Temer também abordou as sanções impostas pelo governo americano, relacionadas ao que ele considera uma questão política. O ex-presidente destacou o papel da China como o maior parceiro comercial do Brasil e a importância do multilateralismo. De acordo com ele, as declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a desdolarização nas relações comerciais entre os países do Brics contribuíram para a adoção de tarifas contra o Brasil por parte dos Estados Unidos.

Motivações por trás das sanções

“Eu verifico que essa questão do ex-presidente Bolsonaro, a que o Donald Trump alude — e é claro que ele tem uma boa relação com a família Bolsonaro —, mas eu acho que foi um pretexto para criticar o Brasil, porque o ponto central é justamente esse foco político-econômico,” afirmou Temer, analisando as motivações para a mídia internacional abordar o ex-presidente brasileiro.

Sobre a Lei Magnitsky e o STF

O ex-presidente também comentou sobre a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), condenando a medida como “equivocadíssima”. “Isso foi um exagero sem precedentes, um exagero brutal. Especialmente porque o ministro Alexandre é um grande constitucionalista,” declarou Temer, que nomeou Moraes para o cargo durante seu governo, em virtude de seu “histórico na área jurídica”.

Discussão sobre os atos do dia 8 de janeiro

Temer abordou ainda as discussões sobre anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, afirmando que a punição era inevitável. Ele sugeriu que o Supremo Tribunal Federal deve avaliar a dosimetria das sentenças, possibilitando a liberação de quem já tenha cumprido uma parte significativa da pena. O ex-presidente questionou: “Com tanta ‘conflitância’ no país, será que é preciso mais uma?”

Possibilidades de revisão das penas

O ex-mandatário mencionou que muitos réus estão encarcerados há mais de um ano e que, segundo o sistema normativo nacional, aqueles que cumprem um sexto da pena e demonstram bom comportamento já podem ser liberados. “Isso poderia evitar mais conflitos no país,” enfatizou Temer, que acredita que uma união entre os Poderes poderia ajudar a “colocar ordem na casa” e evitar novas tensões.

Temer finalizou sua fala sugerindo que, caso venha a ser proposta uma anistia, tal ato provavelmente gerará um conflito entre o Congresso e o STF, e isso poderá resultar em discussões acerca da inconstitucionalidade dessa decisão.

Com declarações que refletem um profundo conhecimento do funcionamento político brasileiro, Michel Temer continua sendo uma figura relevante no cenário político nacional, suas opiniões sobre as dinâmicas familiares e as relações internacionais são sempre esperadas com atenção.

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