Autoridades globais e organizações humanitárias reagiram nesta sexta-feira à divulgação do relatório da Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC), que confirmou a ocorrência de fome na Faixa de Gaza. Este é o primeiro reconhecimento oficial de fome na região desde o início do conflito entre Israel e Hamas.
Confirmação oficial de fome e situação atual em Gaza
O relatório do IPC classifica a crise como uma fase de fome em Gaza City, uma condição definida quando 20% das famílias enfrentam escassez extrema de alimentos, 30% das crianças estão com desnutrição aguda e há entre duas a quatro mortes diárias por cada 10 mil habitantes, causadas pela fome. Segundo a organização, Gaza está passando por uma situação de calamidade alimentar que exige ações rápidas.
O IPC destacou ainda que a região norte de Gaza apresenta uma situação ainda mais grave, embora haja dificuldades na coleta de dados precisos sobre a população nesta área. Os responsáveis pelo relatório solicitaram uma avaliação humanitária urgente na região.
Reações internacionais e posições conflitantes
Enquanto o relatório reforça a gravidade da crise, Israel rejeitou veementemente a conclusão, alegando que “não há fome em Gaza”.
“Todo o documento do IPC é baseado em mentiras do Hamas, distorcidas por organizações com interesses ocultos”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Israel, acusando a organização de alterar seus critérios para definir fome — uma alegação que o IPC refutou categoricamente. O IPC afirmou que suas diretrizes permanecem inalteradas e que a acusação israelense é “totalmente falsa”.
Organizações humanitárias e líderes de nações pediram uma resposta imediata ao agravamento da crise, alertando que há risco de fome generalizada e agravamento da situação humanitária na Faixa de Gaza.
Pedidos por ações humanitárias urgentes
Segundo o IPC, as áreas de Deir Al Balah e Khan Younis já estão em fase de emergência e podem atingir o status de fome até o final de setembro se não houver intervenções eficazes. O organismo ressaltou a necessidade de facilitação de ajuda humanitária para evitar piora na crise.
Os países ao redor do mundo exigiram que os esforços internacionais aumentem, com foco na abertura de corredores humanitários e no fornecimento de alimentos e suprimentos essenciais à população de Gaza.
Impacto da crise e o futuro da ajuda humanitária
Especialistas alertam que, sem medidas imediatas, a fome massiva poderá se ampliar, agravando ainda mais o sofrimento da população civil na região. A comunidade internacional continua dividida em relação às ações necessárias, enquanto a crise humanitária permanece em alto risco de escalada.
A situação exige uma resposta coordenada e efetiva para evitar um cenário de catástrofe humanitária de consequências duradouras para Gaza.