Durante uma entrevista para American Masters, Daniel Dae Kim, conhecido por seu papel em “Lost”, criticou a atual tendência de casting étnico específico em Hollywood. O ator, de 57 anos, afirmou que muitas vezes atores são escolhidos para papéis que não exigem uma identificação racial ou nacional em sua narrativa, o que ele considera uma “sobrecorreção”.
O que Daniel Dae Kim pensa sobre o casting étnico
Ao ser questionado sobre sua abordagem ao casting étnico, Kim explicou que, frequentemente, papéis de coreanos americanos, por exemplo, são preenchidos por atores de diferentes nacionalidades asiáticas, como japoneses ou chineses, mesmo quando a história não demanda essa especificidade. “Muitas vezes, o papel nem foi pensado para uma etnia específica, porque quem escreve o roteiro não é asiático ou não conhece a diferença”, declarou. “Eles querem ser específicos na escolha do ator, mesmo quando a história é fictícia e não exige autenticidade cultural.”
Apesar de reconhecer a importância de castings autênticos em casos de línguas ou histórias com forte significado cultural, Kim ressalta que muitos papéis retratam experiências universais, como a sensação de ser “o outro” nos Estados Unidos. “Quando se fala da experiência americana de ser asiático, independentemente da origem, há uma conexão comum. Nesses casos, a etnia se torna algo secundário”, afirmou.
Por que é importante repensar o casting étnico
O ator defende uma abordagem mais sofisticada ao escolher atores, destacando que a diversidade de experiências dentro da comunidade asiática deve ser considerada sem limitar a escolha a uma nacionalidade específica. Como exemplo, ele citou sua decisão de casting de Reina Hardesty, que interpreta sua filha na série “Butterfly”. “Ela é japonesa americana, de raça mista, e a escolhi justamente porque o personagem dela fala sobre sentir-se estrangeira — essa experiência não é exclusividade de uma etnia.”
Kim enfatiza que a intenção inicial de colocar foco na diversidade foi válida, mas chegou a hora de evoluir para uma visão mais inclusiva. “Precisamos ser mais inteligentes na forma de abrir oportunidades para atores, sem nos prender a rótulos rígidos”, afirmou.
Reações e impacto na indústria
O posicionamento de Kim gerou grande repercussão nas redes sociais, especialmente no Reddit, onde os internautas elogiaram sua postura articulada e espontânea. Para ele, o momento é de reflexão sobre como a indústria pode evoluir em direção a uma representação mais realista e justa das experiências asiáticas nos Estados Unidos.
Para assistir à entrevista completa, acesse o vídeo disponível no canal do YouTube do American Masters. E você, qual sua opinião sobre a questão? Deixe seu comentário nas redes do jornal.