A congressista republicana Mariannette Miller-Meeks (Iowa) tornou-se trending topic nas redes sociais após publicar uma foto de uma conta de restaurante com uma gorjeta aparentemente “ridícula” de R$ 18,00, em comemoração à lei do “sem impostos sobre gorjetas” aprovada pelo Congresso dos EUA no início do ano. A postagem recebeu quase 10 milhões de visualizações e milhares de comentários, em sua maioria de críticos que consideraram a gorjeta insuficiente.
Celebrando a “lei do sem impostos sobre gorjetas”
No post, Miller-Meeks afirmou que fez uma “parada em Iowa County para almoço no Sun Down Bar and Grill” e que “celebraria a isenção de impostos sobre gorjetas com a nossa maravilhosa funcionária, que está empolgada com essa medida”. Na imagem, ela aparece deixando uma gorjeta de R$ 18,00 em uma conta de R$ 93,00, que incluía uma porção de nuggets de milho e um sanduíche Philly cheesesteak, além de impostos locais.
De acordo com a nota fiscal, a conta totalizou R$ 18,19 após adicionar o imposto local, e Miller-Meeks deixou uma gorjeta de R$ 21,00, o que equivale a aproximadamente 20% do valor total, conforme indicada na própria nota.
Reação nas redes sociais e defesa da congressista
O episódio gerou reações agressivas na internet, com usuários criticando a postura de Miller-Meeks por dar uma gorjeta considerada “pouco generosa”. Um comentário na plataforma X (antigo Twitter) disse: “Você achar que R$ 3,40 de gorjeta é algo para se vangloriar é ser um pão-duro”, enquanto outro afirmou: “Nunca vi alguém se gabar tanto por ser tão barato”.
Em resposta às críticas, um porta-voz da congressista declarou à CBS 2 Iowa que ela deixou uma gorjeta de 20% e que, ao contrário dos democratas, ela não votou para aumentar impostos sobre trabalhadores. “‘Sem impostos sobre gorjetas’ significa mais dinheiro no bolso dos funcionários, não no IRS”, afirmou Anthony Fakhoury, diretor de comunicação de Miller-Meaks.
Contexto da legislação “sem impostos sobre gorjetas”
A medida celebrada por Miller-Meeks é parte de um pacote maior de cortes fiscais aprovado pelo então presidente Donald Trump, que pretendia acabar com a taxação sobre gorjetas de trabalhadores. Na prática, a lei oferece uma dedução de até US$ 25 mil no imposto de renda federal sobre gorjetas recebidas pelos trabalhadores, mas não elimina outros encargos, como o Social Security e Medicare, que continuam obrigatórios.
Desde sua aprovação, a iniciativa vem sendo criticada por limitar a abrangência do benefício e por beneficiar principalmente setores com alta rotatividade de gorjetas, como restaurantes e hotéis. Especialistas apontam que, embora tenha sido promovida por Trump como uma vitória para os trabalhadores, a legislação não isenta totalmente os profissionais do pagamento de impostos.
Perspectivas futuras
O episódio envolvendo Miller-Meaks evidencia as tensões políticas e sociais sobre o tema da redistribuição de renda e a tributação sobre gorjetas. Ainda há debates sobre se a legislação auxilia realmente os trabalhadores ou se reforça privilégios de elites econômicas.
Autoridades indicam que o tema deve continuar no centro das discussões no Congresso, com possíveis novas propostas de ampliação ou restrição dos benefícios fiscais relacionados às gorjetas. Enquanto isso, a controvérsia sobre os valores deixados como gorjeta por políticos durante suas refeições continua alimentando o debate sobre ética e representação pública.