O Banco de Brasília (BRB) confirmou nesta sexta-feira (22) que o perímetro de sua operação de compra do Banco Master foi reduzido para R$ 24 bilhões. A nova proposta, divulgada em fato relevante, resultará na formação de um conglomerado prudencial com aproximadamente R$ 100 bilhões em ativos.
Revisão do valor e detalhes da operação
Após diligências, o BRB decidiu excluir cerca de R$ 51,2 bilhões em ativos e passivos da operação, o que representa uma ampliação em relação à estimativa inicial de R$ 25 bilhões. A aquisição prevê a compra de 58,04% do capital do Banco Master pelo banco público, incluindo 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais, pelo pagamento de 75% do patrimônio líquido ajustado.
Ativos e passivos excluídos da transação
Entre os ativos que ficarão de fora estão R$ 9,43 bilhões em precatórios, R$ 7,59 bilhões em operações de crédito sem garantias reais, fundos de investimento em direitos creditórios, ações e certificados de recebíveis imobiliários. No lado do passivo, aproximadamente R$ 33 bilhões em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) distribuídos por plataformas de investimento também foram excluídos.
Ajustes e provisões adicionais
O trabalho de auditoria revelou ajustes de R$ 601,9 milhões no patrimônio líquido, relacionados a questões tributárias, trabalhistas e créditos a receber que serão liquidados antes da conclusão do negócio. Além disso, os acionistas do Banco Master reforçaram as provisões de crédito em cerca de R$ 2 bilhões, elevando a cobertura da carteira de crédito.
Impactos financeiros e perspectivas futuras
Segundo o plano de negócios, a aquisição deve acrescentar aproximadamente R$ 1,5 bilhão ao resultado do BRB ao longo de cinco anos, possibilitando uma receita superior a R$ 2,7 bilhões até 2029. As projeções indicam lucros líquidos de R$ 1,254 bilhão em 2023, R$ 1,251 bilhão em 2026 e aumentos progressivos até R$ 2,704 bilhões em 2029.
Etapas finais e riscos envolvidos
Para a concretização da operação, ainda é necessária a aprovação do Banco Central, além da finalização da reorganização societária do Banco Master e auditorias de preço e ativos. A Câmara Legislativa do Distrito Federal já aprovou a aquisição, que enfrenta polêmicas relacionadas à estratégia de captação do banco, que utilizava CDBs com altos retornos, e aos riscos associados a ativos ilíquidos, como precatórios e participações em empresas em crise.
Contexto e possíveis repercussões
A operação implica na possibilidade de o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) precisar ressarcir recursos de clientes caso o Banco Master enfrente dificuldades financeiras, dado o volume de ativos considerados ilíquidos na operação. Especialistas avaliam que o movimento deve ampliar a presença do BRB no mercado financeiro, mas também traz cuidados em relação à gestão de riscos.
Ainda, o cenário político e regulatório será decisivo, uma vez que a operação depende de aprovações finais e auditorias independentes. A expectativa é de que a conclusão ocorra com a assinatura do acordo e o aval do Banco Central nas próximas semanas.
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