Brasil, 22 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Brasil é o segundo maior destino de investimentos chineses no primeiro semestre

O país ocupa a segunda posição no ranking global de investimentos da China, atrás apenas da Indonésia, refletindo a crescente presença asiática no Brasil

O Brasil foi o segundo maior destinatário de investimentos diretos da China no primeiro semestre de 2025, ficando atrás apenas da Indonésia, conforme o China Global Investment Tracker, plataforma de monitoramento do think tank americano AEI. Essa posição evidencia a importância do país no roteiro de expansão chinesa em mercados emergentes, mesmo diante de uma diversificação das trajetórias de investimento ao redor do mundo.

China mantém destaque no Brasil apesar da diversificação dos investimentos

Desde 2005, o Brasil já figurava como quarto maior destino dos aportes chineses, beneficiando-se de suas matérias-primas, grande mercado consumidor e carência em infraestrutura. Especialistas afirmam que, mesmo com o avanço de outros emergentes, o país continuará com atenção especial no radar da China devido às suas riquezas naturais e potencial de crescimento econômico.

Investimentos e tendências do mercado chinês no Brasil

Entre janeiro e junho, empresas chinesas injetaram US$ 22 bilhões globalmente, sendo US$ 2,2 bilhões destinados ao Brasil — um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2024. Destaca-se o projeto da Cofco, gigante do agronegócio, que investiu na construção de um terminal de granéis sólidos no Porto de Santos, reforçando a presença chinesa no setor logístico e de commodities.

Expansão na mineração e infraestrutura de transporte

Nos últimos meses, companhias chinesas realizaram aquisições estratégicas na mineração brasileira, como a compra da Mineração Vale Verde, em Alagoas, pela Baiyin Nonferrous, por US$ 420 milhões. Além disso, a China mantém investimentos em ferrovias e infraestrutura portuária, com aportes que ultrapassaram R$ 1 bilhão, incluindo a aquisição de vagões e locomotivas pela Rumo.

Impactos políticos e econômicos da presença chinesa

Especialistas apontam que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, além das restrições impostas por países desenvolvidos às empresas chinesas, potencializam a movimentação na direção dos mercados emergentes, incluindo o Brasil. Segundo o AEI, a forte presença chinesa na comercialização de commodities, como minério de ferro, soja e petróleo, deve se consolidar ainda mais.

Ao mesmo tempo, a diversificação dos investimentos chineses se amplia para setores de alto valor agregado, como a indústria automotiva e tecnologia. Montadoras como GWM, GAC e BYD tomaram iniciativa de estabelecer fábricas e ampliar sua atuação no mercado brasileiro, refletindo uma estratégia de longo prazo.

Desafios e recomendações

Apesar do otimismo, especialistas alertam para os riscos de dependência excessiva por matérias-primas e a necessidade de monitorar a origem e os padrões técnicos dos investimentos chineses, especialmente em setores estratégicos como minerais críticos e energia. Segundo Renato Baumann, do Ipea, é fundamental avançar em uma política de acompanhamento dos aportes para evitar problemas relacionados à conformidade técnica e tecnológica.

Investidores chineses permanecem interessados na diversificação da matriz de negócios no Brasil, inspecionando possibilidades em alta tecnologia, infraestrutura e segmentos de serviços, como entregas e logística, com empresas como a 99 e a Meituan ampliando suas operações.

Perspectivas futuras

Embora a média anual de investimentos chineses no Brasil seja inferior a anos anteriores, a diversificação e o fortalecimento de setores estratégicos indicam que o país continuará sendo uma prioridade para o governo chinês. A continuidade desses aportes depende de fatores políticos, econômicos e da evolução da relação com os Estados Unidos, que atualmente reforça a necessidade de fortalecer alianças comerciais com o Sul Global.

Segundo Derek Scissors, analista do AEI, o Brasil sairá fortalecido do movimento, embora seja necessário cautela quanto à dependência de recursos, padrões de produção e possíveis obstáculos para exportações de manufaturados às regiões mais exigentes da Europa e EUA.

Para saber mais, acesse o artigo completo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes