O Botafogo decidiu adiar seus planos de investimento nas categorias de base, refletindo as incertezas que cercam o futuro da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A medida, obtida pelo blog, marca um corte expressivo em setores que já passam por reorganização há alguns meses, incluindo a área administrativa. Essa readequação orçamentária surge em meio a um cenário financeiro desafiador, deixando muitos questionamentos sobre a continuidade do projeto de formação de atletas.
Reestruturação causa demissões e impactos no futebol de base
Entre as ações tomadas pela nova gestão, destacam-se as demissões do diretor das categorias de base, Erasmo Damiani, e de outros membros do departamento jurídico da SAF. Essas decisões foram justificadas como parte de uma “reestruturação interna em todo o clube para reduzir despesas”. O CEO, Thairo Arruda, e o investidor John Textor já haviam alertado sobre o risco de asfixia financeira que o Botafogo enfrenta nos próximos meses, especialmente após ações judiciais contra a Eagle.
Contratado há apenas cinco meses, Erasmo Damiani tinha como responsabilidade reestruturar a base, que ainda estava em fase de diagnóstico e ajustes de gestão. A saída precoce dele simboliza a interrupção de um projeto que buscava alinhar a formação de atletas com o modelo utilizado por clubes como Flamengo e Palmeiras, que já colheram os frutos de investimentos realizados há mais de uma década.
A situação atual das categorias de base do Botafogo
Atualmente, o Botafogo se encontra em desvantagem em relação a seus rivais no setor formador. A ideia inicial era implementar melhorias gradualmente ao longo do semestre, após um mapeamento completo das necessidades e recursos disponíveis. Contudo, com o aumento dos custos no futebol profissional e a crise gerada pelas disputas judiciais, o clube optou por remanejar verbas e reduzir despesas, priorizando assim a equipe profissional.
Apesar das limitações orçamentárias, as categorias de base já apresentavam sinais de evolução. O time sub-20 conquistou a Copa Rio, enquanto o sub-17 se sagrou campeão estadual e a equipe de sub-12 também levantou um troféu. Esses resultados foram alcançados com uma equipe de trabalho reduzida e condições consideradas modestas para clubes de ponta.
Avanços e desafios na captação de talentos
Outro ponto positivo ocorreu na captação de jovens atletas, que viu uma ampliação na rede de observadores, uma estratégia de investimento de baixo custo e que busca resultados a longo prazo. Entretanto, ainda é complicado para as categorias menores, que enfrentam obstáculos estruturais. Os treinos ocorrem em locais como o anexo do Nilton Santos e Espaço Lonier, sendo que quando há eventos no estádio, é necessário realizar adaptações que comprometem a logística dos treinos.
O plano de fortalecimento da base previa uma fase de consolidação no time profissional antes de receber investimentos adicionais, que não foram alocados neste ano. A expectativa era que, em 2025, o clube pudesse iniciar um ciclo de investimentos na formação, impulsionado tanto pela necessidade de talentos no time quanto pela perspectiva de retorno financeiro.
O que esperar para o futuro do Botafogo
A mudança de direção no Botafogo interrompe o movimento de profissionalização das categorias de base, destacando a prioridade imediata de manter a competitividade do time principal, em um momento de muita incerteza. Fontes da SAF comentaram as mudanças como ajustes pontuais e acreditam que as economias não afetarão o projeto a longo prazo.
Apesar de toda a turbulência, os torcedores do Botafogo esperam que essa fase de dificuldades sirva como um aprendizado e que, no futuro, a gestão possa voltar a investir na base, garantindo que novos talentos possam emergir e contribuir para o sucesso do clube nos próximos anos.
Acompanhe as novidades sobre o Botafogo e suas iniciativas futuras nos próximos meses. O desafio está posto, e a esperança de um retorno ao caminho das glórias permanece viva entre os torcedores e simpatizantes do clube.