Menos de um ano antes do início da Copa do Mundo, Carlo Ancelotti enfrenta um desafio crítico: não apenas formar um time competitivo, mas encontrar um jogador que possa se tornar a verdadeira referência da seleção. Neste momento, não há alternativas viáveis a Neymar, e a situação se tornou uma gestão de crise. O técnico não pode se dar ao luxo de deixar o craque fora da convocação; é necessário analisá-lo de perto e colocá-lo em campo o quanto antes para avaliar se ele conseguirá estar na sua melhor forma para o mundial.
A travessia sem Neymar e os resultados negativos
Nos quase dois anos em que a seleção brasileira passou sem Neymar, o elenco enfrentou um dos períodos mais difíceis de sua história. Durante esse tempo, foram apenas oito vitórias em 20 partidas, além de uma coleção de recordes negativos que demonstram a falta de um líder em campo. Apesar das inúmeras oportunidades, ninguém conseguiu assumir o papel de protagonista.
Alternativas em jogo: Vinícius Júnior e Rodrygo
A aposta lógica para assumir esse protagonismo era Vinícius Júnior, que teve atuações brilhantes em duas conquistas da Champions League pelo Real Madrid. Contudo, a sua performance na seleção não se igualou ao sucesso nos clubes. No momento, mesmo no Real Madrid, ele não vive seu melhor momento, pois parece estar se tornando uma peça secundária em um time que cada vez mais gira em torno do talentoso Mbappé.
Rodrygo, outro nome cotado para brilhar, recentemente foi reserva na vitória do Real Madrid sobre o Osasuna e está perto de deixar o clube. Em Barcelona, Raphinha vem tendo boas atuações, mas também não é o destaque de sua equipe, a qual está concentrada nas jogadas do jovem Lamine Yamal, um herói da seleção espanhola sub-21, que acaba de conquistar o Europeu. No entanto, Raphinha também enfrentou problemas fora de campo, com declarações que repercutiram negativamente, especialmente em uma derrota amarga para a seleção argentina.
Um time forte, mas sem um líder certo
Apesar de contar com talentos como João Pedro, Matheus Cunha, Estêvão, Endrick, Bruno Guimarães, Antony, Gerson, Casemiro e Luiz Henrique, a seleção brasileira carece de um jogador que possa sozinho carregar a equipe nas costas, como fazem Lamine na Espanha, Cristiano Ronaldo em Portugal, Messi na Argentina, Mbappé na França ou Bellingham na Inglaterra. Nessa perspectiva, Neymar se destaca como a única opção viável nessa busca por um líder.
A importância emocional de Neymar
Embora muitas pessoas critique o comportamento e a imagem que Neymar representa, especialmente após suas reações emocionais a derrotas, o fato é que isso demonstra seu envolvimento e a vontade de dar tudo de si para que a seleção brilhe novamente. Um episódio recente, em que foi visto chorando após a derrota por 6 a 0 do Santos para o Vasco no Brasileirão, revela que ele, ainda que indisciplinado emocionalmente, é um jogador que sente a pressão e a frustração e que, de alguma forma, se ressente pela situação.
A última cartada: Neymar no auge para a Copa
Ao que parece, o tempo para esperar uma mudança de perfil de Neymar já se esgotou. Ele continuará sendo o “Menino Ney” enquanto estiver cercado pelos mesmos amigos e discursos paternalistas. Porém, agora, o que a seleção precisa é que ele se prepare para disputar as partidas da Copa do Mundo em alto nível, que podem ocorrer em apenas dez meses. Mesmo com suas falhas, ainda é a grande esperança para que o Brasil tenha um protagonista capaz de fazer a diferença.
Neymar não precisa resgatar seu auge como o jogador exuberante que foi no Barcelona ou no PSG. Afinal, craques como Messi e Cristiano Ronaldo, que também já não vivem seus melhores dias, ainda são decisivos para suas seleções pelo que representam em campo e pela liderança que transmitem a seus companheiros. Para a nova geração de jogadores, Neymar é um ídolo reverenciado, não apenas por seus feitos, mas também pela sua habilidade de inspirar outros a darem o seu melhor. Portanto, a seleção brasileira precisa dele, e isso é inegável.